Temps d’Images regressa a Lisboa com dança, teatro e documentário

O “Momento II” do Temps d’Images 2020 - que abre com a obra Anesthetize, entre esta sexta-feira e domingo - junta artistas e público em diferentes espaços de Lisboa. 12 espectáculos de dança, teatro, performance e documentário para ver até 30 de Novembro.

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Anesthetize, da coreógrafa Maurícia Neves, terá como palco a Black Box do Centro Cultural de Belém Catherina Cardoso

A 18.ª edição do Temps d'Images começa esta sexta-feira uma programação com 12 espectáculos de dança, teatro, performance e documentário, incluindo seis estreias absolutas, até 30 de Novembro, em Lisboa, segundo a organização. A programação, que também inclui quatro primeiras apresentações na cidade, tinha sido inicialmente pensada para dois momentos, em épocas diferentes, mas a primeira, prevista para decorrer entre Maio e Junho deste ano, foi cancelada devido à pandemia da covid-19.

Este “Momento II” do Temps d"Images 2020 (TdI) — que abre com a obra Anesthetize, entre esta sexta-feira e domingo — junta artistas e público em diferentes espaços de Lisboa, e alarga a sua rede de parceiros, apresentando ainda uma peça online. Anesthetize, da coreógrafa Maurícia Neves, terá como palco a Black Box do Centro Cultural de Belém (CCB).

Entre 16 e 18 de Outubro, no Lavadouro de Carnide, apresenta-se a primeira estreia absoluta desta 18.ª edição do TdI, a peça Memorial, da coreógrafa e dramaturga Lígia Soares, com a participação de Sónia Baptista, seguindo-se, a 23 e 24 de Outubro, a peça I'd rather not, de Andresa Soares, coreógrafa, dramaturga e actriz, na Appleton - Associação Cultural.

O Centro de Artes de Lisboa (CAL) - Primeiros Sintomas recebe, entre 30 de Outubro e 1 de Novembro, a peça de teatro FIM, de André Loubet, João Estima e Rita Delgado, e, a 4 e 5 de Novembro, é o Teatro Thalia que acolhe a também estreia, em Lisboa, da obra teatral As Árvores Deixam Morrer Os Ramos mais Bonitos, do Colectivo Outro.

A 6 e 7 de Novembro, Alexandre Pieroni Calado e Paula Garcia apresentam a peça de teatro A Parede, no CAL - Primeiros Sintomas, e, entre 11 e 13 de Novembro, o grande auditório do CCB recebe o espetáculo O que Vêem As Nuvens, de Ricardo Vaz Trindade.

Os jardins de Belém serão o espaço no qual Tiago Cadete apresentará, a 14 e 15 de Novembro, a visita-guiada/performance Cicerone, uma obra em estreia absoluta no TdI, com ponto de encontro e partida no Padrão dos Descobrimentos, em Belém. Nos mesmos dias, e também em estreia absoluta, Gustavo Sumpta apresenta Sempre em Pé às Carpintarias de São Lázaro, uma peça que inclui uma performance de 24 horas.

Geografia do Amor: Vol. I, de Diego Bagagal, a única obra online desta edição do TdI, e também uma estreia absoluta, é exibida no dia seguinte, a 16 de Novembro, e já perto do fim do mês, entre 27 e 29 de Novembro, a Plataforma 285 leva ao LUX a estreia absoluta da peça teatral Empowerbank.

O TdI, com direcção de Mariana Brandão, encerra a 30 de Novembro com a estreia, no Cinema Ideal, do documentário de Maria João Guardão intitulado João Fiadeiro

Este afecto que me ocupa, que acompanhou a desocupação do nº 55 da Rua Poço dos Negros, em Lisboa, a sede do ateliê RE.AL, que encerrou portas no ano passado, e que celebraria em 2020 o seu 30.º aniversário.

Na segunda-feira, Mariana Brandão, em declarações à agência Lusa tinha sublinhado que o Temps d'Images teve de adaptar-se às exigências da pandemia, e vai apresentar uma programação de diversidade artística, partilhando “o tempo e o espaço ao vivo”.

“Com boa vontade dos parceiros e dos artistas foi possível aumentar as sessões para chegar a mais público, já que as lotações são limitadas devido às regras sanitárias, e reagendar” os 12 espectáculos de dança, teatro, performance e documentário, incluindo seis estreias absolutas previstas, indicou a responsável.

A realidade de um quotidiano com vírus impactou o trabalho dos artistas do Temps d'Images, sobretudo nas peças que “ainda não nasceram”, ou seja, as estreias, “e que, por isso mesmo, são mais permeáveis a receber estas influências”, comentou Mariana Brandão.

“Mas mesmo aqueles que não estreiam novos trabalhos tiveram de ajustar os seus espectáculos por serem apresentados em lotações mais reduzidas do que o planeado. Muitos artistas decidiram desdobrar sessões para chegarem a mais público”, descreveu Mariana Brandão.

Desde a sua criação, em 2003, e ao longo de 17 edições, passaram pelo TdI — que cruza várias artes e começou como uma rede europeia de programação — 342 peças de autores nacionais e internacionais, de diversos formatos e géneros, incluindo a performance, teatro, instalação, cinema, dança, fotografia e música. No ano passado, o festival apresentou vinte espectáculos, nove em estreia absoluta, e deu carta-branca ao músico Paulo Furtado para celebrar a cinematografia nacional do século XXI.

O Temps d'Images é uma produção DuplaCena/Horta Seca financiado pela Direcção-Geral das Artes e a Câmara Municipal de Lisboa.

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