Oposição do Quirguistão reclama o poder após invasão dos edifícios do Governo

Eleições locais de domingo foram manipuladas, dizem partidos de oposição, que libertaram um ex-Presidente detido por corrupção, e formam já um novo executivo provisório.

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Manifestantes celebram a conquista do poder LUSA/IGOR KOVALENKO
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Os portões derrubados que dão acesso ao Parlamento e edifícios do Governo foram derrubados LUSA/IGOR KOVALENKO

Grupos da oposição dizem ter tomado o poder no Quirguistão após os protestos violentos que tiveram início na noite de segunda-feira terem resultado na invasão dos edifícios do Parlamento e do Governo, na capital, Bishkek, após serem conhecidos os resultados das eleições legislativas, que a oposição diz terem sido manipulados.

O Presidente Sooronbai Jeenbekov disse que este país da Ásia Central, que faz fronteira com a Rússia e tem uma base aérea russa, bem como uma grande mina de ouro explorada por uma empresa canadiana, está a enfrentar uma tentativa de golpe de Estado. Nos últimos 15 anos, dois dos seus antecessores na presidência foram afastados do poder em golpes.

No entanto, Jeenbekov deu ordem às forças de segurança para não disparar contra os manifestantes, diz o Financial Times. Mas há pelo menos um morto e 590 feridos no tumulto da noite passada e desta terça-feira, anunciou o Governo. 

A oposição diz ter libertado Almazbek Atambayev,  um ex-Presidente detido e acusado de corrupção, e está já a discutir a formação de um governo provisório. Não é ainda claro se Atambayev terá algum papel neste governo provisório, e Jeenbekov não mostrou quaisquer intenções de deixar o poder, sublinha a Reuters.

No entanto, as eleições de 4 de Outubro foram anuladas pela Comissão Central de Eleições, numa reunião que terá sido tomada após a invasão dos edifícios do Governo, diz a Reuters citando o site local 24.kg.

Observadores ocidentais dizem que o resultado das eleições atribuía a maioria dos lugares a dois partidos que apoiavam o estabelecimento de laços mais próximos entre esta ex-República Soviética e a Rússia, e tinham sinais de ter sido manipuladas. Um desses partidos é próximo do Presidente Jeenbekov.

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