Beirute: incêndio deflagrou na área do porto da capital do Líbano

Pouco mais de um mês após a explosão que fez cerca de 200 mortos, as chamas consumiram um armazém na zona portuária de Beirute.

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Hussein Malla/AP Photo
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Reuters/CYNTHIA KARAM

Um incêndio deflagrou no porto de Beirute na manhã desta quinta-feira, no mesmo local onde há pouco mais de um mês uma explosão matou pelo menos 200 pessoas, escreve a Al Jazeera. Segundo os dados oficiais, o foco começou devido ao trabalho das máquinas que limpam a zona da explosão.

O fogo foi no interior de um armazém onde eram guardados combustíveis e pneus, de acordo com os relatos do exército libanês. Vários helicópteros encontram-se no local para tentar extinguir o fogo, que está limitado àquela zona. 

O incêndio encontra-se controlado e a impressão inicial é de que as chamas poderão ter sido causadas por obras de reparação que decorriam no porto, disse Michel Najjar, ex-ministro do Trabalho das Obras Públicas do Líbano, em declarações à MTV Lebanon.

Os oficiais reportaram que, ao anoitecer, a maioria das chamas tinha sido apagada e apenas pairava sobre a cidade algum fumo, menos denso, proveniente dos destroços ardidos.

O Presidente do Líbano, Michel Aoun, disse, em reunião com oficiais de alta segurança, que o fogo poderá ser resultado de sabotagem, erro técnico ou negligência, e que a causa tinha de ser descoberta rapidamente, avança a Reuters. À agência, uma fonte militar revelou que tudo parece ter começado quando óleo alimentar armazenado incendiou, espalhando-se para os pneus do armazém.

Devido ao incêndio, “o comissário europeu Janez Lenarcic vai viajar este fim-de-semana para Beirute a bordo de um voo da União Europeia para entregar material médico essencial”, anunciou a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa publicação feita na rede social Twitter.

Não há risco de mais uma explosão, avança George Kettaneh, chefe da Cruz Vermelha libanesa, à agência Reuters. Apesar do incêndio não ter feito vítimas, Kettaneh reporta que há pessoas com falta de ar provocada pela inalação de fumo. 

Algumas empresas com escritórios na área pediram aos seus funcionários que saíssem das instalações, de acordo com alguns meios de comunicação locais. Das janelas, vários residentes em pânico alertam os vizinhos para o incêndio no porto.

Ainda a recuperar do abalo da explosão de Agosto, há quem tenha decidido abandonar a cidade com medo de um novo desastre. “Vejo-me forçado a retirá-los [a mulher e os dois filhos] de Beirute por causa do fumo e do incêndio que está a acontecer no porto novamente”, conta Majed Hassanein, de 49 anos, à agência Reuters.

Foi aberta uma investigação para apurar as causas do fogo, mas as primeiras conclusões apontam para um incêndio acidental, provocado pelos materiais e pela maquinaria que está a ser usada para limpar o porto, depois da explosão.

O acidente de 4 de Agosto, causado pela explosão de mais de 2750 toneladas de nitrato de amónio, dizimou a zona portuária da cidade e espoletou uma revolução e uma crise política no Líbano.

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