Sp. Braga alerta Benfica para a realidade da Champions

Paulinho e Carlos Vinícius assinaram os golos da partida, marcada pela expulsão de Taarabt e pelo regresso de Gaitán ao Estádio da Luz.

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Bracarense David Carmo e Carlos Vinícius num dos duelos na Luz LUSA/ANTONIO COTRIM

Chegou num bis de Vinícius, no último suspiro, a vitória no penúltimo teste do Benfica antes do primeiro jogo a “doer”. O encontro com o Sp. Braga foi uma chamada de atenção à realidade que espera Jorge Jesus no acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, com um adversário complicado e que só cedeu no período de compensação (2-1), já frente a uma “águia” ferida. 

Com Rúben Dias, Vertonghen, Waldschmidt, Seferovic, Florentino, Jota, Tomás Tavares e Svilar nas respectivas selecções, Jorge Jesus improvisou uma dupla de centrais – com André Almeida e Ferro – frente ao terceiro classificado da Liga em 2019/20, um Sp. Braga capaz de testar a capacidade de resposta do Benfica a menos de duas semanas da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, onde no dia 15 defrontará o vice-campeão grego PAOK, num único jogo a disputar em Salónica.

Depois das primeiras goleadas e da vitória (2-1) ainda fresca sobre o Bournemouth, o Benfica surgiu com três alterações relativamente ao ensaio com os ingleses do Championship: Gilberto e Ferro na defesa e Carlos Vinícius no ataque.

No Sp. Braga, Carlos Carvalhal não poupou nos centrais, com Bruno Viana, Raul Silva e David Carmo a darem asas a Esgaio, enquanto André Castro e Fransérgio procuravam promover os equilíbrios necessários para criar pontes com o ataque onde Paulinho – fora da Liga das Nações – surgia apoiado pelos irmãos Horta e pelo regressado Murilo.

No banco ficava o argentino Nico Gaitán, que aproveitava a oportunidade para rever a antiga casa. Com um empate e duas vitórias nos três jogos realizados na pré-época, os minhotos mostraram, logo a abrir, disponibilidade para assumir o encontro, intenção que o Benfica neutralizou em poucos minutos. Depois de breve hesitação, a equipa da Luz surgiu verdadeiramente ameaçadora, com Rafa e Pizzi a combinarem bem, mas a pecarem na finalização, com alguma dose de sorte a proteger a baliza de Matheus, sobretudo no remate de Pizzi, ao ferro.

Aturdido, o Sp. Braga respirava fundo na tentativa de perceber como suster o ímpeto de um adversário mais adiantado nesta fase de afinações. A irresistível tentação de provocar o erro no eixo defensivo do Benfica acabou traída pelo sistemático adiantamento de Paulinho, pelo que o Sp. Braga demorou um pouco a instalar-se com outro à-vontade no meio-campo contrário, criando assim as condições necessárias para retomar a iniciativa perdida nos instantes iniciais.

Depois de um par de ameaças por concretizar, os “guerreiros” acabariam por descortinar um atalho para o golo inaugural, de Paulinho: num desvio subtil, Esgaio solicitava André Horta no espaço que Everton ainda tentou fechar… em vão. O cruzamento saiu perfeito e Paulinho não desperdiçou.

Aumentavam as dificuldades para Jorge Jesus, que até intervalo não mais importunou os visitantes. Em tempos de experiências, Carvalhal deixou oito titulares no balneário, mantendo apenas Esgaio, Bruno Viana e David Carmo em campo para o início da segunda parte, onde surgiu Nico Gaitán.

Com apenas mais um teste, frente ao Rennes, antes da viagem à Grécia, Jorge Jesus esperava pela primeira hora de jogo para fazer as primeiras alterações, quando já Carlos Vinícius lograra igualar o encontro em lance com a assinatura de Pizzi e uma finalização a condizer do avançado brasileiro, artilheiro da Liga na época anterior.

O jogo entrava na última meia-hora sob o signo das substituições, com Abel Ruiz a destacar-se e a deixar a promessa de novo golo “arsenalista” numa altura em que o jogo parecia depender cada vez mais de um rasgo individual do que e uma manobra colectiva.

O Benfica teria que suportar os últimos 20 minutos em inferioridade, na sequência da expulsão de Taarabt, por acumulação de amarelos. O descontrolo emocional do marroquino reduzia as probabilidades de êxito dos encarnados, que depois do chapéu de Nuno Tavares e da intervenção de Vlachodimos a negar o golo a Gaitán, aproveitaram um erro de Sequeira para selar a vitória com o bis de Vinícius.

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