No dia de aniversário de Lukashenko, Putin telefonou e mais de 100 pessoas foram detidas

Cerca de 100 mil pessoas saíram à rua em Minsk, onde houve um maior aparato policial nas ruas. Presidente russo acertou uma data para a visita do seu homólogo bielorrusso a Moscovo nas próximas semanas.

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Polícia bloqueou várias ruas em Minsk Reuters/BelaPAN
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Dezenas de milhares de pessoas protestam pelo terceiro domingo consecutivo Reuters/TUT.BY
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A polícia bielorrussa deteve pelo menos 140 manifestantes em Minsk este domingo, revelou o Ministério do Interior, que na véspera tinha ameaçado os cidadãos para não participarem nas manifestações consideradas ilegais.

Pelo terceiro domingo consecutivo, cerca de 100 mil manifestantes desafiaram as autoridades e saíram às ruas da capital da Bielorrússia, assim como noutras cidades, para exigirem a saída do poder de Aleksander Lukashenko, Presidente há 26 anos, que conquistou o seu sexto mandato após umas eleições consideradas fraudulentas pela oposição, pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

Ao contrário do que aconteceu nos últimos dois fins-de-semana, em que os manifestantes praticamente não foram importunados pela polícia, este domingo o aparato policial foi muito maior. Houve detenções, até por agentes à paisana.

Enquanto milhares de pessoas marchavam com bandeiras vermelhas e brancas pelas ruas, a polícia fez um cordão de segurança em torno da Praça da Independência, bloqueando as principais entradas, para evitar ajuntamentos perto dos edifícios governamentais. Carrinhas da polícia, canhões de água e veículos militares foram destacados para o centro da cidade, enquanto várias pessoas deitaram-se em frente ao dispositivo policial, em protesto. 

Durante a manhã, Lukashenko, que celebra o 66.º aniversário, recebeu uma chamada telefónica do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e os dois chefes de Estado acordaram uma visita do Presidente bielorrusso a Moscovo nas próximas semanas. Nas ruas, ouviu milhares de manifestantes que se dirigiam para a sua residência a cantar “parabéns, rato”, relata a Reuters, uma semana depois de o Presidente bielorrusso ter comparado os seus opositores a ratos. 

Na quinta-feira, Putin disse que tinha uma “força policial de reserva” para enviar para Minsk caso fosse necessário, mas o Kremlin tem descartado o envio de ajuda militar para travar os protestos contra o regime bielorrusso. 

No sábado, o Governo tirou a acreditação a mais de uma dezena de jornalistas, sobretudo bielorrussos que trabalham para órgãos de comunicação internacional, impedindo-os de trabalharem no país. Dias antes, tinham sido detidos mais de 50 jornalistas, muitos deles estrangeiros, e alguns receberam ordens para abandonar o país. A líder da oposição, Svetlana Tikhanouskaia, exilada na Lituânia, disse que a perseguição a jornalistas é mais uma prova de que o regime “está moralmente falido”. 

No mesmo dia, nas ruas da capital, mais de dez mil mulheres marcharam, exigindo o fim da violência policial e a libertação dos presos políticos, desafiando o cordão policial.

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