Almudena Grandes: “Os meus livros vão contra a versão do passado promovida pelo sistema”

Almudena Grandes é uma das mais reconhecidas escritoras espanholas. Estreou-se na literatura com As Idades de Lulu (1989), um clássico da literatura erótica. Mas há já uma década que a madrilenha escava a História espanhola do franquismo e dá voz aos perdedores, aos que foram propositadamente esquecidos.

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Ivan Giménez/Tusquets Editores

O romance Os Doentes do Doutor García — da escritora Almudena Grandes (Madrid, 1960) — é o quarto volume de um conjunto de livros a que a autora espanhola chamou Episódios de uma guerra interminável. Podem ser lidos independentemente, não seguindo a ordem de publicação. Partindo da ideia metafórica de que a Guerra Civil de Espanha “não terminou onde parece”, Almudena vai dissecando episódios que ficaram ocultos na versão oficial da História espanhola do pós-guerra e do franquismo. Misturando personagens reais e ficcionais, vai sendo tecida uma rede de ligações que ajuda a dissipar as névoas sobre as cicatrizes deixadas pela guerra. Como epígrafe a este romance, a dar-lhe o tom trágico, e retirada de um livro de 1966 do poeta Jaime Gil de Biedma, pode ler-se: “De todas as histórias da História / a mais triste é sem dúvida a de Espanha / porque acaba mal.”

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