Alvo de insultos e ameaças, presidente da JP admite apresentar queixa na polícia

O líder da juventude do CDS-PP diz ser alvo de insultos e ameaças desde que lançou um abaixo-assinado contra a realização da Festa do Avante!.

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Miguel Manso
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Francisco Mota, líder interino da JP

O presidente da Juventude Popular (JP), organização dos jovens do CDS-PP, disse esta segunda-feira que tem sido alvo de insultos e ameaças desde que lançou um abaixo-assinado contra a realização da Festa do Avante!, e admite apresentar queixa. Contactado pelo PÚBLICO, PCP respondeu: “Há notícias que não merecem comentário”.

Numa nota enviada à Lusa, o presidente interino da JP, Francisco Mota, refere que tem sido alvo de “ameaças de todo o tipo, insultos baratos e considerações pessoais”, dirigidas a si e à sua família, por parte de pessoas que não conhece, através de “mensagens públicas e privadas” nas redes sociais e chamadas com recurso a número não identificado.

A situação começou depois de “ter defendido a não autorização da Festa do Avante!”, indica. Questionado sobre se pondera dar conhecimento da situação à polícia, respondeu: “Sim, estou a pensar fazê-lo”. Na semana passada, a JP lançou um abaixo-assinado no qual solicita ao Governo que “não autorize a Festa do Avante!, nos termos e nos moldes em que esta se encontra anunciada”.

O documento conta esta segunda-feira com mais de 4700 subscritores e estará disponível para ser assinado até duas semanas antes da festa, altura em que Francisco Mota quer entregá-lo ao primeiro-ministro.

“Por mais que a extrema-esquerda nos ameace, não vergaremos ao poder instalado e à ditadura de opinião em que vivemos actualmente em Portugal. Por mais que procurem condicionar a nossa liberdade, por mais ameaças que façam, seremos sempre um tampão aos extremismos, de esquerda e de direita”, salienta o líder da JP.

Francisco Mota salienta que “será de uma gravidade sem precedentes se, a coberto de uma manifestação política, for permitido [ao PCP] fazer aquilo que não é admitido a milhares e milhares de portugueses e a centenas de empresários e de artistas”.

“Não vamos desistir de Portugal e daquilo que acreditamos, porque numa hora destas não podem existir portugueses de primeira e portugueses de segunda”, garante, desafiando o Governo a saber, “neste difícil momento, agir com total rigor e com toda a isenção e imparcialidade”.

A Festa do Avante!, habitual “rentrée” política do PCP, decorrerá entre 4 e 6 de Setembro, nas quintas da Atalaia e do Cabo da Marinha, na Amora (distrito de Setúbal).

De acordo com o partido, esta festa - cuja realização está envolta em polémica e foi alvo de várias críticas - vai decorrer com cerca de 33 mil pessoas, um terço da capacidade total, será obrigatório o uso de máscara no acesso a espaços e serviços de atendimento, haverá álcool gel distribuído no recinto e existirá um maior número de eventos ao ar livre.

Além das “regras de distanciamento físico nas diversas actividades (incluindo a criação de assistentes de plateia)”, serão também criados “corredores de circulação de sentido único, separação de canais de entrada e saída e maior fluidez de acesso a transportes públicos”, assegurou o partido na semana passada, acrescentando que o horário da festa também vai sofrer alterações.

O Governo, por seu turno, salientou que não serão admitidas excepções às regras em vigor, mas indicou que “não tem competências legais ou constitucionais” para proibir iniciativas políticas como a Festa do Avante!.

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