Conselheiro de Segurança Nacional de Trump está infectado com covid-19

Robert O’Brien é o mais alto responsável do Governo americano a contrair a doença até agora. Casa Branca garante que não há riscos para Presidente e vice-presidente, mas o conselheiro encontrou-se com Trump na última quinta-feira, diz a CNN.

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O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Robert O'Brien, em primeiro plano ERIN SCOTT/Reuters

O conselheiro de Segurança Nacional do Presidente Donald Trump testou positivo para covid-19, anunciou esta segunda-feira a Casa Branca em comunicado. Robert O'Brien é o mais alto responsável da Casa Branca a ficar infectado e a última vez que esteve com o chefe de Estado foi na passada quinta-feira, diz a CNN. 

A Casa Branca garantiu que o conselheiro teve sintomas leves da doença e que não houve qualquer risco de ter infectado Trump ou o vice-presidente, Mike Pence. “Não há risco de exposição para o Presidente ou vice-presidente. O trabalho do Conselho de Segurança Nacional vai prosseguir sem interrupçãp”, lê-se no comunicado que confirmou os resultados do teste aos jornalistas.

Alguns elementos da equipa presidencial souberam da infecção de O'Brien pelas notícias e não se sabe quando foi a última vez que O'Brien esteve com Trump, mas uma fonte da Ala Oeste disse à BBC que não se viam há “vários dias”. No entanto, uma outra fonte, desta vez em declarações à CNN, disse que o conselheiro esteve com Trump na Sala Oval na última quinta-feira, antes de sair de rompante da Casa Branca. 

O'Brien, que em Setembro de 2019 substituiu John Bolton no cargo, esteve recentemente na Europa, onde se encontrou com responsáveis e governantes britânicos, franceses, alemães e italianos, e foi acompanhado por dezenas de pessoas – a sua equipa, serviços secretos e jornalistas. O quarto conselheiro de Segurança Nacional de Trump em menos de quatro anos não manteve a distância de segurança nem usou máscara.

No entanto, diz a CNN, acredita-se que O'Brien tenha contraído a doença da filha, que também testou positivo. O conselheiro já está em isolamento e a trabalhar a partir de casa. 

Todas as pessoas em contacto com o Presidente são regularmente testadas e a verdade é que se têm detectado casos pontuais dentro das instalações da Casa Branca. Nas últimas semanas, membros da equipa presidencial e de campanha, elementos dos Serviços Secretos, a secretária de imprensa de Pence e um empregado dedicado exclusivamente a Trump testaram positivo. E, na semana passada, os alarmes voltaram a soar quando se soube que um funcionário da cafetaria da Ala Oeste tinha covid-19.

A situação ganha contornos especiais se se tiver em conta que Trump tem optado, desde o início da pandemia, por desvalorizar a ameaça da covid-19, rejeitado a imposição de confinamentos e recusado usar e apelar aos americanos que usem máscaras, posição que parece ter recentemente invertido. Além disso, o Presidente, que está em campanha eleitoral, não tem perdido uma oportunidade para frisar que a sua gestão da crise pandémica está a ser “excelente” e que os Estados Unidos são um dos países menos atingidos pela pandemia e que mais testes fez em comparação com outros países.

Mas a sua narrativa tem sido contestada pelos números e por especialistas de saúde. Os Estados Unidos têm até esta segunda-feira mais de 4,23 milhões de infectados e mais de 147 mil mortes, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins. É o país com mais casos em todo o mundo, seguindo-se o Brasil de Jair Bolsonaro, a Índia de Narendra Modi e a Rússia de Vladimir Putin.

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