Galp com prejuízos de 22 milhões no primeiro semestre

Grupo petrolífero não irá distribuir dividendo intercalar semestral em 2020

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Carlos Gomes da Silva, presidente executivo da Galp Nuno Ferreira Santos

A Galp apresentou no primeiro semestre do ano prejuízos de 22 milhões de euros, segundo os resultados comunicados pela empresa à Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo os resultados do semestre divulgados pela empresa, de acordo com as normas contabilísticas internacionais (IFRS), as contas da Galp traduziram-se num prejuízo de 410 milhões de euros, sobretudo devido ao efeito de stock em 362 milhões de euros.

Os dados indicam que o resultado ajustado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) totalizou 760 milhões, uma queda de 31%, “reflectindo a adversidade das condições de mercado”, e que o cash flow das operações no primeiro semestre de 2020 diminuiu 60%, para 404 milhões de euros.

A produção total média diária de petróleo e gás natural durante o primeiro semestre de 2020 foi de 131,8 mil barris, um aumento homólogo de 17% “suportado pelo desenvolvimento dos projectos Lula, Iracema e Berbigão/Sururu, assim como pela maior contribuição do projecto Kaombo, em Angola”, sublinha a empresa na nota divulgada hoje.

As matérias-primas processadas até ao final de Junho totalizaram o equivalente a 40,2 milhões de barris, um decréscimo de 18% devido às restrições planeadas no sistema refinador, tanto para actividades de manutenção, como para lidar com o contexto de baixa procura na Península Ibérica

As vendas de produtos petrolíferos a clientes directos diminuíram 28% em relação ao primeiro semestre de 2019, para 2,9 milhões de toneladas, reflectindo a quebra na procura provocada pelas restrições destinadas a combater o surto de covid-19. Já os volumes de gás natural vendidos a clientes directos diminuíram 31%.

O investimento totalizou 280 milhões de euros.

A informação divulgada comunicação social refere ainda que “a proposta do dividendo integral relativo a 2020 será anunciada tendo em consideração os resultados anuais, cuja divulgação é esperada no primeiro trimestre de 2021” e que “não será efectuada qualquer distribuição interina no segundo semestre”. Além da distribuição anual de dividendos regular, há três aos que o grupo proporcionava um dividendo intercalar, o que não ocorre este ano.

No final do primeiro semestre do ano a dívida líquida da empresa situava-se em 1,9 mil milhões de euros, uma subida de 35% relativamente ao período homólogo.

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