Henrique Leitão. Os mitos surpreendentes da história da ciência

Esta semana, no podcast 45 Graus, ouvimos Henrique Leitão, prémio Pessoa 2014. Doutorado em Física, é investigador em história da ciência, sendo actualmente presidente do Departamento de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Lisboa (FCUL). Interessa-se, em particular, pela história das ciências exactas nos séculos XV-XVII, pela história da ciência em Portugal e pela história do livro científico.

A história da ciência, sobretudo a história de como, a partir do século XVI, houve uma transição para aquilo a que chamamos ciência moderna, é uma área da historiografia que ganhou uma nova vida nos últimos 50/60 anos. Neste meio século, surgiu um debate intenso sobre uma série de factores que sobressaem numa análise mais fina e ampliada daqueles tempos e que eram, até ali, ignorados ou subvalorizados; aspectos que nos fazem perceber que as transformações que ocorreram naquele período são muito mais complexos do que a história que nos é habitualmente contada, do surgimento, quase que por geração espontânea, de um modo diferente de olhar e estudar o mundo natural. 

Nesta conversa, percorremos uma série desses aspectos: 

  • Será que os grandes nomes da chamada “revolução científica” pensavam como os cientistas actuais? O que dizer, por exemplo, da paixão de Newton pela alquimia, ou pela cronologia bíblica?
  • Qual foi o motor daquela transição? Um pequeno número de génios e momentos de inspiração, ou uma mudança mais transversal na organização da sociedade e na maneira como as pessoas olhavam o mundo?
  • Essa transição ocorreu exclusivamente em alguns países do centro da Europa ou foi um fenómeno pan-europeu? Que influência teve, por exemplo, o período da expansão portuguesa?
  • Como é que áreas como a astronomia já tinham dado o grande salto para a modernidade em meados do século XVII, enquanto a biologia, por exemplo, teve de esperar mais dois séculos para uma verdadeira mudança de paradigma?
  • E, por fim, se a história é tão complicada e cheia de matizes, será que ainda faz sentido falarmos de uma revolução científica, ocorrida entre 1500 e 1700?

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