Reféns libertados na Ucrânia. Mas só depois de o Presidente ter recomendado o documentário de Joaquin Phoenix

Atacante concordou em libertar três dos reféns do autocarro sequestrado se o Presidente ucraniano recomendasse um documentário de 2005 sobre direitos dos animais. O homem acabaria por ser detido e ninguém ficou ferido com gravidade.

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O autocarro em que o atacante armado esteve com 13 reféns na terça-feira Reuters/MYKOLA MARTYNIUK
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Um homem de 44 anos foi detido na Ucrânia depois de ter feito 13 reféns – entretanto libertados sem ferimentos – num autocarro na terça-feira. O suspeito armado só aceitou libertar as pessoas e render-se depois de o Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, ter concordado fazer uma recomendação de um documentário de 2005 que fala de maus-tratos a animais, narrado pelo actor Joaquin Phoenix.

O homem de 44 anos roubou o autocarro na manhã de terça-feira na cidade de Lutsk (no noroeste do país), dizendo estar armado com pistolas e explosivos. O ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, disse que o suspeito já tinha estado dez anos preso por “visões extremistas” e que, agora, tinha disparado contra a polícia. As autoridades adiantaram que o homem ameaçou fazer explodir o autocarro e detonar um outro explosivo numa das áreas mais movimentadas da cidade. Ninguém ficou ferido.

Para tentar assegurar a libertação dos reféns, o Presidente ucraniano falou com o suspeito por telefone durante uns dez minutos e aceitou uma das suas condições: recomendar o documentário Earthlings.

“O filme Earthlings de 2005. Toda a gente devia vê-lo”, disse o Presidente num vídeo de seis segundos publicado no Facebook. A publicação foi apagada depois de o suspeito se ter entregado às autoridades e foi substituída por uma nota a agradecer à polícia e a todos os que ajudaram a resolver a situação. “A vida humana é o valor mais importante. Não perdemos ninguém”, escreveu ainda Volodimir Zelenski. O Presidente disse também que convenceu o atacante a soltar três dos reféns, incluindo uma mulher grávida e uma criança: “Ele concordou em libertar três pessoas e, depois disso, eu gravaria o vídeo.”

O ministro Avakov estava presente no local para liderar as negociações com o atacante e partilhou no Twitter imagens do local do incidente, com o suspeito no chão. “Estão todos seguros”, escreveu. Lutsk é uma cidade com cerca de 200 mil habitantes, localizada a cerca de 400 quilómetros da capital do país, Kiev.

Em publicações feitas nas redes sociais, o atacante tinha ainda pedido que os ocupantes de altos cargos governamentais da Ucrânia publicassem declarações em que diziam ser terroristas. A polícia disse que o homem foi considerado “instável” e um cúmplice seu foi detido na cidade de Kharkiv.

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