Turismo de Sintra: pandemia está a ser “nefasta” para o sector

“Infelizmente, aparecemos muitas vezes [nas notícias] como um dos cinco concelhos com maior número de infectados. [...] Não passa é que Sintra é um concelho com quase 400 mil habitantes”.

Foto
ENRIC VIVES-RUBIO / PUBLICO

A presidente da Associação de Turismo de Sintra considerou na segunda-feira que o contexto pandémico da covid-19 está a ser “nefasto” para o sector, realçando que é necessário passar uma boa mensagem para o exterior.

Em declarações à agência Lusa, Joana Pascoal referiu que o concelho de Sintra, no distrito de Lisboa, está preparado para receber turistas, porque os empresários do sector tiveram o cuidado de assegurar o cumprimento das regras de higiene e limpeza.

“Houve um cuidado muito grande desde cedo em fazer tudo o que estava ao nosso alcance para diminuir - o mais possível - infecções e tornar as coisas mais seguras”, indicou, sustentando que há “um enorme número de empresários do sector turístico que aderiu [ao selo] Clean and Safe”.

De acordo com o Turismo de Portugal, o Clean and Safe serve para distinguir as actividades turísticas que assegurem o cumprimento de condições de higiene e limpeza para prevenção e controlo da covid-19.

Com cerca de meia centena de associados, a Associação de Turismo de Sintra lamentou a falta de turistas “com a forma como os números da pandemia em Portugal são dados”.

“Infelizmente, aparecemos muitas vezes [nas notícias] como um dos cinco concelhos com maior número de infectados. [...] Não passa é que Sintra é um concelho com quase 400 mil habitantes e, portanto, o número bruto de casos não significa que seja o concelho mais grave ou mais perigoso que outro”, observou Joana Pascoal.

Segundo os últimos dados da Direcção-Geral da Saúde, os três concelhos com mais casos confirmados continuam a ser Lisboa (4.084), Sintra (3.219) e Loures (2.088). A caracterização demográfica apenas é actualizada às segundas-feiras.

Considerando ser um dos concelhos com mais certificações no sector do turismo, a dirigente reiterou que a covid-19 está a ser prejudicial para Sintra, porque falta comunicar com os clientes.

“Falta dizer que as pessoas podem vir para Sintra e que é seguro”, apontou.

De acordo com Joana Pascoal, é preciso fazer um “grande trabalho” de diplomacia, porque Portugal continua a aparecer a nível internacional como um dos países com grandes taxas de infecção.

“Nós começámos desde cedo - em conjunto - a preparar-nos para este vírus. Só que, infelizmente, há esta diplomacia toda [...] que não é só relativamente ao Reino Unido, é relativamente a muitos países. É preciso fazer mais. A ver se é possível passar a mensagem do que de bom estamos a fazer”, alertou.

Joana Pascoal acrescentou que os números de infectados passam “uma mensagem injusta” e que em Portugal “há muitos cuidados”, que provavelmente “não existirão noutros países, onde não há problemas nenhuns com corredores aéreos”.

No início de Julho, Portugal foi excluído dos “corredores de viagem internacionais” com destinos turísticos que o Reino Unido vai abrir para permitir aos britânicos passarem férias sem cumprir quarentena no regresso.

Portugal não está na lista de 59 países e territórios publicada, na altura, que inclui Espanha, Alemanha, Grécia, Itália, Macau ou Jamaica.

Sugerir correcção