Um Conselho Europeu sem atrasos para uma recuperação europeia rápida

As próximas semanas poderão trazer um acordo ambicioso e histórico para a recuperação Europeia, e essa é, neste momento, a maior prioridade da Comissão Europeia.

“A Europa reforça-se nas crises.” A frase é antiga, e foi dita por Jean Monnet, ex-presidente da Alta Autoridade da CECA, o embrião da Comissão Europeia. Mas aplica-se perfeitamente ao momento que atravessamos. As próximas semanas poderão trazer um acordo ambicioso e histórico para a recuperação Europeia, e essa é, neste momento, a maior prioridade da Comissão Europeia.

A Comissão fez propostas que respondem com vigor às necessidades da recuperação Europeia e que lançam as fundações para uma economia mais resiliente e sustentável para as próximas gerações. Desde o momento em que a Comissão apresentou as suas propostas para o Fundo de Recuperação, o “NextGenerationEU”, e um renovado Quadro Financeiro Plurianual, ou “Orçamento” da União, como também é conhecido, tem havido conversas intensas tanto com o Parlamento Europeu como com o Conselho. Estas trocas de impressões têm mostrado uma determinação de todas as partes para agir, com muitas posições comuns sobre o plano.

Precisamos de lideranças políticas fortes para conseguir dar um final feliz ao trabalho que temos desenvolvido. Chegar a um acordo depressa é um aspeto essencial, que diferencia uma resposta bem-sucedida de uma resposta mais frágil. A cada dia que passa, empregos são perdidos, empresas abrem falência, e as economias enfraquecem. E é também essencial chegar a um acordo que projete a Europa na direção certa. Os desafios que enfrentávamos antes desta crise não desapareceram. Pelo contrário, eles continuam tão ou mais presentes – crise climática, digitalização, requalificação dos trabalhadores e resiliência da economia, bem como a proteção dos valores europeus. Neste último ponto, a Comissão propôs que se ligue a discussão dos fundos com o Estado de direito, tornando este último condição indispensável para a distribuição dos primeiros.

É nossa responsabilidade conjunta – da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, do Conselho e dos Estados-membros que dele fazem parte responder adequadamente a esta crise e promover uma recuperação mais rápida e mais sólida e sem acentuar desigualdades entre os países. Isso significa responder com ambição, com velocidade e de forma a promover uma recuperação virada para o futuro.

É preciso que nos sentemos à mesa com capacidade e disponibilidade para perceber os interesses que todos têm numa recuperação rápida das nossas economias e do nosso mercado comum. Sabemos que, dentro do enquadramento que a Comissão propôs, haverá ajustes a fazer para conseguir um acordo. A proposta negocial do presidente do Conselho Europeu vai nesse sentido, e a Comissão apoiará o seu trabalho para conseguir um acordo conjunto do Fundo de Recuperação e do Orçamento da UE, assegurando que não há cortes nas políticas essenciais para o futuro, como a inovação e investigação, o digital, o Pacto Ecológico Europeu, as migrações ou a ação externa.

Portugal, membro do Trio que neste momento preside ao Conselho da União Europeia, tem aqui um papel importante, não só na aprovação rápida do plano, como nas fases que se lhe seguirão. Aprovemos este Pacote de Recuperação sem mais delongas, e mostremos aos europeus que a União é capaz de os proteger quando mais necessitam.

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico

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