Directora de lar que deu cruz a beijar poderá ser acusada de crime de propagação de doença contagiosa

Lar promoveu celebração pascal junto dos utentes. Responsável pela instituição já foi inquirida pelo Ministério Público e deverá ser ouvida na condição de arguida ainda esta semana.

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Lar de idosos está situado em Melgaço Paulo Pimenta/Arquivo

A directora de serviços do Centro Paroquial de Paderne, em Melgaço, vai ser constituída arguida no âmbito de um processo em que poderá ser acusada de propagação de doença contagiosa. A notícia foi avançada pelo Jornal de Notícias esta segunda-feira e confirmada pelo PÚBLICO.

Fonte do Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo diz ao PÚBLICO que o processo teve início após o domingo de Páscoa. Como forma de celebração pascal, o lar promoveu o “beijar da cruz" – à semelhança do que aconteceu em outros pontos do país –, com 17 idosos a participar na celebração. Após cada beijo, o crucifixo era desinfectado. A mesma fonte diz ainda que a mulher deverá ser notificada da condição de arguida ainda esta semana. 

O vídeo do acontecimento foi partilhado num primeiro momento nas redes sociais desta instituição, sendo posteriormente apagado após as críticas recebidas. Em Abril, em resposta ao descontentamento levantado, a directora mostrou arrependimento pela publicação do vídeo. Em declarações ao jornal O Minho, disse que a intenção era apenas elevar o “estado anímico” dos utentes. 

A directora deverá ser constituída arguida ainda esta semana, após terem sido cumpridas todas as diligências. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter uma reacção por parte da directora visada na investigação, aguardando ainda esclarecimentos adicionais por parte do Ministério Público.

Também foi aberta uma investigação ao “beijar de cruz” realizado em Barcelos, onde a GNR identificou os promotores da celebração pascal realizada em via pública. 

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