Serra da Estrela confirmada como Geopark Mundial da UNESCO

“Este é o reconhecimento internacional que esta montanha tanto merecia e que coloca a Estrela num patamar de relevância global”. Em Portugal, a Estrela junta-se assim a geoparks nos Açores, Arouca, Naturtejo e Terras de Cavaleiros.

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Serra da Estrela PAULO PIMENTA
,Covilhã
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Serra da Estrela, lagoa dos Cântaros Madalena Madeira
Estância de esqui da Serra da Estrela
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Praia fluvial Lapa dos Dinheiros, Serra da Estrela Nelson Garrido
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Zona de Aldeia Viçosa, Serra da Estrela PAULO PIMENTA
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Zona de Aldeia Viçosa, Serra da Estrela PAULO PIMENTA
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Zona de Aldeia Viçosa, Serra da Estrela PAULO PIMENTA
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Zona de Aldeia Viçosa, Serra da Estrela PAULO PIMENTA
Ovelha
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Um rebanho pela Serra da Estrela PAULO RICCA
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O guardião tradicional da Serra da Estrela Fabio Teixeira
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Seia, Aldeia de Cabeça, Serra da Estrela Adriano Miranda
,River Beach Loriga
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A Serra no Verão, praia fluvial da Loriga Nelson Garrido
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Serra da Estrela entre os tempos ADRIANO MIRANDA / PUBLICO
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Quando a neve chega ADRIANO MIRANDA / PUBLICO
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A serra tem a única estância de esqui do país CARLA CARVALHO TOMAS / PUBLICO

O Geopark Estrela foi reconhecido esta sexta-feira como Geopark Mundial pelo Conselho Executivo da UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. “Um marco histórico”, considera a câmara da Guarda, enquanto a Associação Geopark Estrela assinala que a distinção eleva a serra ao patamar global.

A candidatura da Serra da Estrela a Geopark Mundial da UNESCO foi entregue em Novembro de 2017, foi aprovada pelo Conselho Mundial de Geoparks em setembro de 2019 e foi ratificada por aquele organismo numa reunião do Conselho Executivo.

A UNESCO refere numa nota publicada no seu site que aprovou a designação de 15 novos Geoparques Globais na Europa, Ásia e América Latina, o que eleva a Rede Global de Geoparques “para 161 em 44 países”.

Para além do Geopark Estrela, a UNESCO também designou os Geoparks Cliffs of Fundi e Discovery (Canadá), Xiangxi e Zhangye (China), Lauhanvuori-Hämeenkangas (Finlândia), Toba Caldera (Indonésia), Rio Coco (Nicarágua), Hantangang (República da Coreia), Yangan-Tau (Rússia), Djerdap (Sérvia), Granada e Maestrazgo (Espanha), The Black Country (Reino Unido), Dak Nong (Vietname) e Kula-Salihli (Turquia).

Em Portugal, o Geopark Estrela vem juntar-se ao Açores UNESCO Global Geopark, ao Arouca UNESCO Global Geopark, ao Naturtejo da Meseta Meridional UNESCO Global Geopark e ao Terras de Cavaleiros UNESCO Global Geopark.

O coordenador executivo da Associação Geopark Estrela, Emanuel de Castro, referiu à Lusa que a oficialização da classificação da Serra da Estrela como Geopark Mundial “é o culminar de um longo processo de valorização, conservação e promoção do património da Estrela e dos nove municípios que integram este novo Geopark Mundial da UNESCO, reconhecendo o valor intrínseco da sua geologia e da estratégia de desenvolvimento territorial implementada pela Associação Geopark Estrela”.

“A classificação agora formalizada, cuja candidatura já havia sido aprovada pelo Conselho Mundial de Geopark em Setembro de 2019, constitui um marco histórico para o território da Serra da Estrela. Este é o reconhecimento internacional que esta montanha tanto merecia e que coloca a Estrela num patamar de relevância global”, sublinha.

Segundo o responsável, “mais do que os 124 locais de interesse geológico inventariado e aprovados pela UNESCO, esta é uma classificação que distingue a identidade, a unicidade e o carácter único deste território, fomentando uma verdadeira estratégia de desenvolvimento, assente nos valores geológicos, geomorfológicos e paisagísticos desta que é a montanha mais elevada de Portugal Continental”.

“Mas este é também o reconhecimento de um trabalho que tem sido desenvolvido nas áreas da ciência, da educação, da geoconservação, do turismo, da sustentabilidade e da comunicação, em prol do território e das suas comunidades, afirmando a Estrela com um espaço de sustentabilidade e de resiliência. Esta classificação vem, por isso, dar maior valor acrescentado a todo este trabalho e uma enorme responsabilidade para todos”, refere.

A oficialização do Geopark constitui também "uma das maiores estratégias deste século para a Serra da Estrela e para os mais de 150 mil habitantes" do território.

“Nos próximos quatro anos muito há para fazer, no reforço do conhecimento científico, na promoção da educação, na valorização turística, na geoconservação e na sua sustentabilidade e na forma como este território passa a ser comunicado e se posiciona no plano nacional e internacional”, sublinha.

Emanuel de Castro refere, ainda, que, a partir de hoje, municípios, instituições de ensino, centros de investigação, empresas e cidadãos “têm uma ferramenta de desenvolvimento e de reforço do seu sentido de pertença”.

É “um marco histórico, quer para o território das Beiras e Serra da Estrela, quer também para o turismo do interior", comentou, por seu lado,  o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro.

O autarca salienta que a distinção ajuda a perceber que a marca Serra da Estrela é “uma marca importante em Portugal", também “determinante” em “termos turísticos", referindo que a chancela UNESCO “dá a garantia daquilo que é o respeito pelo ambiente, o respeito pela natureza, por aquilo que são as actividades ancestrais que foram desenvolvidas num território de serra”.

Monteiro acerescenta que o queijo, o leite, a pastorícia, a transumância, o cobertor de papa ou os produtos de montanha são "elementos essenciais para promover esse tal turismo que se quer que seja atrativo para quem quer experienciar coisas diferentes, singulares, únicas, que o território oferece”.

“E, portanto, ter, neste momento, a chancela da UNESCO, é dizer ao mundo que existe em Portugal uma marca e um território que tem condições excecionais, extraordinárias, de beleza, de preservação da natureza, de sustentabilidade e que, neste momento, merecem, devem ser percorridas, conhecidas”, rematou, lembrando que o território possui “mais de cem geossítios” e que compete aos residentes “encontrar mecanismos, metodologias, formas”, para “potenciar” a riqueza que é reconhecida pela UNESCO. 

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