Carlos César diz que TAP está em risco de fechar e condena “jogos de carácter regional”

“O que é importante agora é nos concentrarmos numa solução de boa negociação com os accionistas privados para que este processo avance rapidamente”, defendeu ontem o presidente do PS

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LUSA/MIGUEL FIGUEIREDO LOPES

O presidente do PS, Carlos César, condenou ontem o que classifica de “jogos de carácter regional” em torno da TAP, alegando que a companhia aérea está em risco de fechar e precisa com urgência de financiamento do Estado.

“Não devemos avaliar a principal transportadora aérea portuguesa como um assunto de menor importância ou como uma empresa que deva ser objecto de jogos de carácter regional. Nós estamos perante uma empresa que não parece prescindível do ponto de vista da projecção do nosso desenvolvimento económico e social”, defendeu esta terça-feira Carlos César, em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa.

O presidente do PS alegou que sem injecção de dinheiro do Estado a TAP fecha.

Em seguida, fez um apelo para o “envolvimento de todos os partidos, particularmente daqueles que se invocam como mais responsáveis”, para que apoiem “a posição do Governo, que tem como referência o interesse nacional e também a orientação aprovada pela União Europeia”.

Carlos César falava aos jornalistas após uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que entre segunda-feira e terça-feira esteve a receber os partidos com assento parlamentar, e abordou este tema depois de questionado sobre a providência cautelar da Associação Comercial do Porto para impedir a injecção de dinheiro do Estado na TAP.

“Algum partido político, alguma entidade representativa dos empresários portugueses ou dos empreendedores portugueses tomará a responsabilidade de fechar a transportadora aérea nacional? É que a TAP vive uma situação de emergência e ou é resolvida com rapidez ou vamos ter um seríssimo problema com essa empresa. E, portanto, eu acho que está claramente em causa a defesa do interesse nacional, do interesse público emergente e não haverá certamente lugar a interrupções nesse processo”, considerou.

“O que é importante agora é nos concentrarmos numa solução de boa negociação com os accionistas privados para que este processo avance rapidamente. Ou temos um plano estratégico para a TAP e o financiamento rapidamente para a TAP ou ficamos sem TAP”, reforçou.

Embora ressalvando que não falava em nome do Governo, o presidente do PS sustentou que o executivo “está muito empenhado no diálogo que tem mantido com os accionistas privados no sentido de dar uma resposta rápida e com conteúdo estratégico”.

“A própria União Europeia já sancionou positivamente esse tipo de envolvimento, por um lado, disponibilizando um elevadíssimo montante para suprir os problemas da empresa e da sua capitalização, e por outro lado responsabilizando a TAP e o Governo português pela elaboração de um plano estratégico no qual o accionista público deve ter compromisso e poder de decisão”, realçou.

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