Maio regista o menor consumo eléctrico desde 2003

A produção renovável abasteceu 67% do consumo nos primeiros cinco meses do ano, mas a energia do vento ficou abaixo do valor médio, segundo os dados da REN.

Foto
Índice de produção eólica registou valor mais baixo desde 2001, entre Janeiro e Maio Manuel Roberto

O consumo de energia eléctrica recuou 13,2% em Maio, comparativamente ao mesmo período do ano passado, depois de uma contracção de 12% em Abril. “É o consumo mais baixo para o mês de Maio registado desde 2003”, salientou esta terça-feira a REN, que faz a gestão do sistema energético nacional.

O estado de emergência esteve em vigor apenas até ao dia 2 de Maio, mas o estado de calamidade manteve ainda grandes restrições à actividade económica e o teletrabalho continuou a ser regra para boa parte das pessoas.

Com as quedas expressivas registadas a partir de Março, no acumulado deste ano, a evolução do consumo de electricidade regista uma queda de 4,7%.

A REN refere que “as condições hidrológicas mantiveram-se favoráveis em Maio, com o índice de produtibilidade hidroeléctrica a situar-se em 1,05”. Situação diferente no caso das eólicas, em que o índice de produtibilidade foi 0,72, situando-se abaixo da média histórica.

Mesmo assim, a produção renovável abasteceu 56% do consumo nacional e a produção não renovável apenas 27%. Os restantes 17% foram assegurados com importações.

A REN refere ainda que entre Janeiro e Fevereiro, o índice de produção nas barragens portuguesas ficou próximo do valor médio de 1, nos 0,97, mas a energia produzida nos parques eólicos ficou mais distante da média, com um índice de 0,84, tratando-se do “valor mais baixo dos registos da REN (desde 2001)”.

Nestes primeiros cinco meses de 2020, a produção renovável abasteceu 67% do consumo, com a hidroeléctrica a representar a maior fatia (34%), seguindo-se eólica (24%), biomassa (7%) e fotovoltaica (2,3%).

Os restantes 28% foram completados “praticamente apenas com gás natural, mantendo o carvão uma produção residual”. O saldo importador atingiu neste período o “equivalente a cerca de 5% do consumo nacional”.

O consumo nacional de gás natural “acentuou a tendência de queda verificada no mês anterior”, com uma quebra homóloga de 32%, que se deveu a uma contracção de 28% no segmento convencional, onde estão as empresas, e de 40% no segmento de produção de electricidade. “A redução no segmento convencional tem a influência de grandes consumidores que anteciparam as suas paragens anuais”, destaca a REN.

Assim, entre Janeiro e Maio, o país consumiu menor quantidade de gás natural (menos 2,1%), pois o crescimento de 18% verificado no consumo das centrais eléctricas não foi suficiente “para compensar a quebra de 8,7% no segmento convencional”.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários