EDP vende centrais em Espanha à Total por 515 milhões

A empresa explica que a transacção resulta da “estratégia de optimização proactiva do portefólio” e que terá “um impacto marginalmente positivo no resultado líquido recorrente da EDP”.

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EDP, liderada por António Mexia, diz continuar interessada no mercado espanhol Sara Jesus Palma

A EDP acordou vender à Total um portefólio de activos térmicos e de comercialização de energia em Espanha, que inclui duas centrais a gás CCGT, por 515 milhões de euros, anunciou a empresa esta segunda-feira.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a EDP avança que o negócio inclui, para além das duas centrais a gás CCGT (Castejón I & III), com a capacidade instalada de 843 MW, a actividade de comercialização B2C (clientes residenciais) em Espanha, que inclui 1,2 milhões de clientes em mercado liberalizado e uma participação de 50% na joint-venture com a CIDE, para comercialização de energia neste segmento (CHC Energia).

O preço acordado na transacção é de 515 milhões, “com o valor do capital próprio sujeito a ajustamentos até à conclusão da transacção”, refere o comunicado. Que adianta ainda que o encaixe da venda terá “um impacto marginalmente positivo no resultado líquido recorrente da EDP, assim como um impacto positivo estimado em -0.1x no rácio dívida líquida/EBITDA”, uma referência à redução do peso do endividamento face aos proveitos da operação da empresa.

A empresa liderada por António Mexia salvaguarda que “a conclusão da transacção está prevista para o segundo semestre de 2020, estando pendente das aprovações societárias e regulatórias aplicáveis”.

Segundo a EDP, “a transacção resulta da estratégia de optimização proactiva do portefólio, em execução pela EDP de acordo com o plano estratégico 2019-2022, enquadrando-se na renovação do portefólio EDP no mercado Ibérico, que tem como objectivo reduzir a exposição a produção térmica e a actividades liberalizadas”.

E acrescenta: “Com esta transacção, a EDP ultrapassa claramente o objectivo de dois mil milhões de alienações no mercado Ibérico, atingindo com este acordo 65% do objectivo global de seis mil milhões de alienações no período 2019-2022 (incluindo operações de rotação de activos renováveis), o que proporciona flexibilidade adicional na execução remanescente do plano estratégico até 2022”.

No comunicado, a empresa refere ainda que “Espanha continua a ser um mercado chave no portefólio do Grupo, onde a EDP continua a investir em energias renováveis, redes de distribuição de electricidade e comercialização de energia e serviços. Na comercialização, a EDP continua a desenvolver ofertas competitivas no segmento B2B (empresas) e a crescer com novas ofertas de soluções energéticas, em particular na geração distribuída (solar PV) e mobilidade eléctrica, com vista a continuar a liderar a transição energética com criação de valor”.

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