BE/Porto questiona câmara sobre modos activos de transporte durante e após pandemia

Face às medidas de desconfinamento e às restrições de distanciamento social impostas nos transportes públicos, “surge a necessidade de se massificar a mobilidade activa, como o caminhar e o recurso às bicicletas”, diz o BE

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PAULO PIMENTA

O BE quer saber se a Câmara do Porto está a adoptar medidas para promover modos activos de transporte durante e após a pandemia e se pretende criar um plano de medidas para incentivar a sua utilização.

Num pedido de informação, os deputados municipais do Bloco de Esquerda afirmam que, face às medidas de desconfinamento e às restrições de distanciamento social impostas nos transportes públicos, “surge a necessidade de se massificar a mobilidade activa, como o caminhar e o recurso às bicicletas”.

“Tanto mais quando estes [meios de mobilidade] são os mais rápidos e eficientes modos de deslocação em distâncias de viagens até cinco quilómetros -- a maioria das quais acontece nos centros urbanos”, consideram os deputados.

No documento, endereçado ao presidente da Assembleia Municipal do Porto, o BE defende ainda que, com o fim do Estado de Emergência, o regresso “dos automóveis às estradas traz consigo velhos problemas”, tais como as emissões de gases com efeito de estufa, poluição sonora, sedentarismo e sinistralidade rodoviária.

“A poluição atmosférica causada pelo tráfego rodoviário, e mitigada durante o confinamento, poderá voltar em força, tal como os graves problemas de saúde pública a ela associados”, afirma o BE, acrescentando que a secção local da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi Porto) “endereçou aos grupos municipais e à Câmara Municipal do Porto um conjunto de medidas para o incentivo ao uso da bicicleta e caminhar”.

“A MUBi sugere a criação de ciclovias de emergência, a redução do número de vias em determinados eixos urbanos, o encerramento de ruas à circulação automóvel, o alargamento e desobstrução de passeios e a redução dos tempos de espera nas passagens de peões semaforizadas”, referem os deputados, defendendo a criação de um plano de acção de medidas “rápidas, seguras e custo reduzido” que incentive a utilização destes modos activos de transporte.

Acrescentando que, o condicionamento temporário do acesso automóvel às Avenidas Atlânticas, medida anunciada pela autarquia, revela-se “muito insuficiente para dar resposta aos desafios que a cidade enfrenta”.

“No Porto, e além deste exemplo, não são conhecidas medidas que incentivem os modos activos de transporte na actual fase de levantamento de restrições no âmbito da pandemia de COVID-19”, referem.

Nesse sentido, nas perguntas dirigidas ao presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, o BE quer saber que medidas está a autarquia a adoptar para promover estes modos de transporte e se considera criar um plano de acção de medidas “rápidas, seguras e de custo reduzido” para incentivar a utilização dos mesmos na cidade.

Paralelamente, os deputados municipais querem também saber que zonas e eixos da cidade vão ser intervencionados de forma a concretizar este plano e que verbas prevê a Câmara Municipal do Porto alocar este ano para a implementação destas medidas de incentivo.

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