Atletismo já recomeçou e natação regressa na segunda-feira ao Jamor

Presidente do IPDJ afirma que CAR do Jamor serve de exemplo para os protocolos a adoptar nas outras estruturas nacionais.

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Nuno Ferreira Santos

O Centro de Alto Rendimento (CAR) do Jamor, em Oeiras, tem vindo a adaptar-se para “minimizar os riscos de contágio” da covid-19, retomando aos poucos a actividade bruscamente interrompida pela pandemia. Com o ciclo olímpico reajustado, o equipamento público - que neste período ainda foi sendo usado com restrições por alguns atletas - deverá assistir a um aumento de “procura” nas próximas semanas. 

O presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Vítor Pataco, realçou o dever das instalações que “acolhem um quarto dos atletas olímpicos portugueses” na retoma da actividade desportiva, sempre de acordo com as directivas da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

“Numa primeira fase, durante o estado de emergência, quando já eram permitidos os treinos aos atletas do alto rendimento e aos profissionais, usámos um plano de contingência articulado com as federações, mas, com o adiamento dos Jogos Olímpicos, essa pressão baixou e acabou por, na prática, não ser utilizado”, afirmou Vítor Pataco, em entrevista à agência Lusa.

Com a entrada em vigor do plano de desconfinamento do Governo, e a passagem para o estado de calamidade, o CAR do Jamor voltou a ter actividade regular, seguindo, sempre, as recomendações.

“Ajudámos a fazer a avaliação do risco, consoante a modalidade, para atletas, equipas técnicas e restante staff, e medidas de mitigação desse risco, nas quais se incluem as recomendações sobre distanciamento social, a eliminação da partilha de materiais e os protocolos de higienização”, revelou.

Entre estas medidas conta-se também o desfasamento de horários de treino, em pequenos grupos, com, por exemplo, um máximo de quatro atletas em cada sector da pista e a restrição a apenas um atleta em cada caixa de saltos (no caso do comprimento e triplo salto).

No entanto, os planos estão a ser constantemente actualizados, de forma coordenada com as equipas médicas das várias modalidades, para ser construído “um guia de procedimentos e protecção dos praticantes”, que poderá ser replicado noutros espaços.

“O Jamor funciona como uma referência, uma vez que a preparação de cerca de 25% dos atletas da missão olímpica passa pelo Jamor, seja de forma permanente ou pontual. Nesse sentido, temos estado a fazer de difusores de boas práticas e outros centros têm aproveitado o trabalho deste único CAR que o Estado tem de gestão directa”, frisou.

Entre os espaços que já aproveitaram este “guia”, e já estão em actividade, Vítor Pataco destacou o CAR de Vila Nova de Gaia, com o ténis de mesa, e as instalações do CAR de golfe e ténis, que têm gestão concessionada, também no Jamor.

“No Jamor, temos o atletismo, que já começou a treinar, ainda com poucos atletas, a natação, que provavelmente vai começar na segunda-feira, apesar de a piscina ter uma sensibilidade diferente, e também o futebol do Belenenses SAD”, referiu o responsável do IPDJ.

Relativamente ao atletismo, Vítor Pataco admitiu que o desconfinamento tem sido, sobretudo, aproveitado pelos atletas das disciplinas técnicas, por precisarem de equipamentos específicos para treino, enquanto os restantes foram conseguindo adaptar-se.

“O plano de contingência também prevê a capacidade de resposta caso seja identificado um atleta infectado, com isolamento imediato, e a definição de quarentena para quem esteve em contacto com ele, tal como definem as autoridades sanitárias”, destacou.

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