Voos para Itália suspensos por mais 14 dias

Pela quarta vez, o Governo mantém o confinamento aéreo com um dos países europeus mais afectado pela pandemia do covid-19.

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Aviões continuam em terra LUSA/MÁRIO CRUZ

O Governo prolongou, pela quarta vez, a suspensão de voos para Itália por mais 14 dias, até 19 de Maio, justificada por “cuidados excepcionais” relacionados com a situação pandémica naquele país, segundo um despacho publicado esta quarta-feira.

A suspensão de voos para Itália aconteceu pela primeira vez em 10 Março, por 14 dias, e foi prorrogada por iguais períodos em 23 de Março, 8 e 21 de Abril e novamente esta quarta-feira com vigência a partir das zero horas, de acordo com o despacho assinado na terça-feira pelos ministros da Defesa Nacional, da Administração Interna, da Saúde e pelo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações.

“Atendendo a que a situação pandémica em Itália ainda continua a merecer cuidados excepcionais, verifica-se que persistem os motivos subjacentes à suspensão em apreço, pelo que se impõe uma nova prorrogação”, justificam os governantes no despacho publicado em Diário da República.

Esta prorrogação da suspensão de voos, diz o Governo no despacho, inclui a garantia excepcional, conferida por um despacho de 8 de Abril, também prorrogado a 21 daquele mês de não se aplicar aos voos das aeronaves que integram ou venham a integrar o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), “e bem assim aos demais voos já anteriormente excluídos da sua aplicação”.

Há quase um mês, a 8 de Abril, a Comissão Europeia convidou os Estados-membros a prolongarem até 15 de Maio a interdição de entradas “não essenciais” em território europeu, adoptada em meados de Março como forma de prevenir a propagação da pandemia covid-19.

Nessa altura, o executivo comunitário defendeu que “a experiência dos Estados-membros, e outros países expostos à pandemia, mostra que as medidas aplicadas para combater a propagação do vírus requerem mais de 30 dias para serem eficazes”.

Itália terminou há quatro dias, no passado sábado, o último fim-de-semana de recolhimentos da população como medida de precaução face à pandemia do novo corononavírus.

Alguns dos aeroportos quase sem actividade nos últimos dois meses, devido à redução do tráfego aéreo, começaram a reabrir nesta segunda-feira para voos comerciais, como os de Ciampino e Peretola.

Ciampino, o segundo aeroporto de Roma depois do de Fiumicino, não chegou a encerrar na totalidade, e acolhe principalmente voos de companhias aéreas de baixo custo, nomeadamente a Ryanair, que imobilizou 99% dos aviões até novo aviso.

Peretola, o pequeno aeroporto que serve Florença, é o segundo mais importante da Toscana, depois do de Pisa.

A partir de segunda-feira começaram também a reabrir gradualmente outras actividades económicas, começando pela indústria, construção e grandes superfícies comerciais, que se juntaram aos serviços essenciais, que nunca fecharam, como lojas de venda de alimentos, farmácias e gasolineiras, além das livrarias e papelarias, que abriram em meados de Abril.

Itália reabriu também parques e permitiu até 15 pessoas em funerais, autorizando ainda a visita a familiares que vivam próximos, mas manteve a proibição de reuniões sociais. A partir do próximo dia 18, as autoridades italianas querem reabrir bibliotecas, museus e lojas de pequeno comércio, e a partir de 1 de Junho os bares, restaurantes, salões de cabeleireiro e centros de estética.

Contudo, continuam sem data de abertura anunciada as salas de cinema e de teatro, enquanto os colégios só abrirão em Setembro.

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