Um festival de cinema no confinamento, ou como viajar entre quatro paredes
A sala de cinema não tem de ser – e já não é – o único habitat dos festivais, mas a edição digital do Visions du Réel que este domingo chegou ao fim sublinhou os ganhos e as perdas de um certame feito online.
Quem acompanha profissionalmente um festival de cinema há muito que já se habituou à “virtualização” que permite segui-lo à distância, antes ou durante a sua efectiva realização, e ao ritual dos visionamentos prévios dos filmes a concurso, através de links ou plataformas mais ou menos privadas. Para o grande público, porém, uma experiência como a da edição 2020 do festival suíço Visions du Réel, em que tudo aconteceu online ao longo dos últimos 15 dias (o festival chegou ao fim no sábado e anunciou os seus premiados ao final da tarde deste domingo), é outra coisa. Ter acesso a dezenas, centenas de filmes a partir do conforto do cadeirão, através da Internet, é entusiasmante, mas ao mesmo tempo incomparável com a aventura de os descobrir em sala.
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