Liga desenvolve manual sanitário para o regresso do futebol

Clubes terão de cumprir regras rígidas relativamente à realização de testes à covid-19 e à higienização dos recintos de jogo.

Foto
LUSA/MANUEL ARAÚJO

A Liga de futebol prevê a realização obrigatória de testes à covid-19 a jogadores e ‘staff' técnico antes do primeiro treino colectivo e do primeiro jogo oficial, bem como a constituição de uma comissão independente para análise de dados.

Segundo um esboço para a retoma progressiva da competição, elaborado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), o regresso das Ligas profissionais estará sempre “dependente das indicações das entidades oficiais”, prevendo a realização obrigatória de testes antes da primeira jornada após a interrupção das competições.

Estes testes serão realizados a “todos os elementos da ficha de jogo e jogadores não convocados”, bem como a outros elementos adicionais, caso as Sociedades Desportivas assim o entendam.

Além disso, terá que haver a garantia de que “todos os clubes receberam e efectuaram os testes” entre as 48 e as 24 horas que antecedem os jogos, assim como a “autorização de todos os testados para envio do resultado das análises para a Liga, para efeitos de tratamento de dados”.

O documento prevê ainda a “constituição de uma comissão independente para análise dos dados remetidos pelos laboratórios” e que antes de cada jogo “o médico passe um atestado de aptidão dos elementos para efeito de credenciação”.

Também para o retomar dos “treinos colectivos” está prevista a realização obrigatória de testes à covid-19 a “jogadores e ‘staff’ técnico”.

O controlo será realizado pelos departamentos médicos das equipas, que passam “um atestado de aptidão física dos jogadores antes do primeiro treino colectivo oficial”.

O esboço da Liga para o regresso à competição prevê ainda que, caso um jogador teste positivo, deve ser isolado e os demais jogadores e ‘staff’ próximo testados.

O regresso de um jogador que tenha testado positivo apenas acontecerá “após obtenção de dois testes negativos num período superior a 24 horas”, atestado pelo departamento médico.

Para os casos negativos, está prevista a realização de testes de imunidade à covid-19, ficando estes jogadores “aptos para credenciação e jogo”.

Quanto aos jogos oficiais, as equipas poderão entrar em campo desde que possuam um número mínimo de sete jogadores, um deles guarda-redes, sendo que a covid-19 é “equiparada a outra tipologia de lesão”.

O documento refere ainda que não haverá “excepções às leis de jogo”. Além de jogadores e ‘staff’, todos os agentes “com intervenção em zona técnica” deverão ser controlados.

O esboço desenvolvido pela Liga alerta ainda para “temas que carecem de articulação”, como a “reabertura do espaço aéreo das ilhas sem quarentena” ou a “garantia da higienização dos balneários no dia anterior ao jogo, deixando-os selados para serem abertos aquando da chegada das equipas”.

Sobre as medidas para as equipas de arbitragem, a Liga prevê que seja a FPF a “indicar a entidade responsável”. As equipas de arbitragem devem verificar o relvado com o delegado da Liga, mantendo a distância social obrigatória, promovendo o alinhamento das equipas antes do jogo “sem o habitual cumprimento”.

O observador dos árbitros deverá reunir-se com a equipa de arbitragem, se necessário através de videoconferência, e o acesso à zona técnica apenas poderá acontecer se a “FPF garantir que os observadores” testaram negativo.

O esboço para a retoma das competições prevê que a reunião habitual de organização de jogo não se realize, cabendo ao delegado da Liga “falar individualmente com todos os participantes da habitual reunião”.

Os delegados da Liga devem chegar ao estádio três horas antes da partida, “munidos de máscara” e mantendo a distância social, tendo a responsabilidade da “verificação da conformidade dos espaços”, garantir que “o acesso à zona técnica é efectuado apenas pelas pessoas indispensáveis à organização de jogo” ou que “as bolas de jogo estão higienizadas”.

Quanto à segurança, o documento prevê que o efectivo da segurança pública e privada a circular na zona técnica seja “em número reduzido”, mantendo o distanciamento social e uso obrigatório de máscara/viseira.

Durante os jogos, as tribunas presidenciais deverão ter um número máximo de cinco elementos, “com distanciamento social e uso de equipamento de protecção, nomeadamente máscaras, luvas e desinfectantes”.

Também os apanha-bolas devem estar munidos de máscara e manter uma distância mínima entre si, devendo desinfectar as mãos antes, ao intervalo e no final do jogo. As bolas que saem do estádio apenas podem ser utilizadas depois de desinfectadas.

Quanto às regras para a comunicação social, o esboço da Liga prevê o máximo de 20 fotojornalistas no relvado, cinco em cada canto do terreno de jogo.

Já as tribunas de imprensa serão reduzidas para um terço da lotação actual, devendo “todos os trajectos de elementos dos Órgãos de Comunicação Social ser independentes do percurso dos agentes desportivos e nunca passar pela zona técnica”. A Liga prevê ainda que se mantenham as “superflash” e “flash interview”, mas não as zonas mistas.

As conferências de imprensa no final do desafio podem realizar-se desde que garantidas as condições de higienização e segurança para o agente desportivo, sendo permitida a realização destas através de meios digitais. 

O documento, que carece de aprovação, prevê regras a adoptar nos estágios, que devem ter “a menor duração possível”, aconselhando as equipas a viajarem no próprio dia do encontro.

As Sociedades Desportivas devem ainda “indicar à Liga os hotéis habituais para se pedir um certificado de desinfecção de acordo com normas da Direção-Geral da Saúde”.

Para as viagens de autocarro, cada sociedade deve “solicitar ao fornecedor um certificado de desinfecção de acordo com normas da DGS”.

“Todas as deslocações devem ser efectuadas dentro das regras de segurança, nomeadamente, com uso de máscara, gel e manutenção da distância de segurança”, pode ler-se no documento, referindo-se também a possíveis viagens de avião.

A principal prova do calendário luso, cuja ronda 24 terminou a 8 de Março, não tem ainda data de regresso.

Sugerir correcção