CGTP quer celebrar 1.º de Maio sem reformados ou crianças

Numa nota, a CGTP divulgou que um dos locais para as acções de rua será a Alameda, em Lisboa, mas apela aos reformados que não participem, uma vez que a população mais idosa tem um maior risco de letalidade ao contrair covid-19.

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Em Lisboa, a CGTP fará uma iniciativa na Alameda Nelson Garrido

Apesar de ter cancelado as manifestações e desfiles previstos, a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) mantém a intenção de estar “na linha da frente” e realizar acções de rua no próximo Dia do Trabalhador. Esta quarta-feira, e depois da reunião da comissão executiva da central sindical, a CGTP anunciou que irá realizar iniciativas “em Lisboa, na Alameda D. Afonso Henriques, no Porto e noutras cidades”, sem detalhar mais localizações. Em comunicado, a organização sindical diz que a participação será limitada e recomenda que não haja a participação de reformados “tendo em consideração as normas de protecção existentes”, bem como de crianças.

“Aqueles que estarão na rua representarão todos os trabalhadores, num 1.º de Maio que não é uma simples comemoração, é uma acção em que faremos ouvir a voz dos trabalhadores, da denúncia do desemprego, dos cortes dos salários, da incerteza no dia de amanhã, da destruição da vida de tantos trabalhadores e da exigência de tomada de medidas”, argumenta a central sindical.

Este será primeiro Dia do Trabalhador que Isabel Camarinha celebrará enquanto líder da CGTP, Ao PÚBLICO, a secretária-geral justificou a manutenção dos programas de rua. “Além do ataque do vírus, há um ataque aos direitos dos trabalhadores que está a ser feito generalizadamente pelas entidades patronais”, disse. Isabel Camarinha garantiu ainda que o dia continuará a ter “bandeiras, intervenção e som” nas ruas, em várias cidades do país, “porque é fundamental dar voz às reivindicações”. 

A presença online também será reforçada durante todo dia, na página e redes sociais da CGTP-IN, com “um vasto conjunto de iniciativas, animação e vídeos” com testemunhos de trabalhadores, reformados e pensionistas.

Ao contrário da CGTP, a União Geral de Trabalhadores (UGT) decidiu cancelar toda a sua programação e vai apostar exclusivamente nas redes sociais. “Não vou dizer aos meus colegas para virem para a rua, quando eu subscrevi um documento para nos rodearmos das máximas cautelas na retoma da economia, pedindo que se evitem ajuntamentos e mantenha distanciamento social”, justificou Carlos Silva, ao PÚBLICO​.

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