Covid-19: Um migrante ferido em desacato na base da Ota
A Base Aérea da Ota, em Alenquer, começou a receber na segunda-feira 171 cidadãos estrangeiros, parte deles infectados por covid-19, oriundos de um hostel em Lisboa.
Um migrante ficou ferido na terça-feira à noite num desacato entre refugiados que estão a fazer quarentena devido à covid-19 na base da Ota, concelho de Alenquer, disse nesta quarta-feira um porta-voz da da Força Aérea.
O desacato aconteceu na terça-feira entre alguns dos 171 migrantes nas instalações na base militar, tendo um deles telefonado para o número de emergência (112), que se deslocou ao local, assim como a GNR, adiantou a mesma fonte.
O ferido foi transportado para o Hospital de São José, em Lisboa.
A Base Aérea da Ota, em Alenquer, começou a receber na segunda-feira 171 cidadãos estrangeiros, parte deles infectados por covid-19, oriundos de um hostel em Lisboa.
Nesta quarta-feira, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, elogiou a resposta rápida da Força Aérea no acolhimento de 171 migrantes, numa operação de “grande complexidade” dada a coexistência de 29 nacionalidades.
A operação de acolhimento aos refugiados e migrantes foi preparada “em seis horas”, explicou ao ministro o tenente-coronel Rui Romão, comandante da base aérea onde o grupo foi instalado num bloco de “camaratas construídas nos anos 60 para apoio às forças envolvidas na Guerra do Ultramar”.
Preparadas para receber, durante a pandemia, doentes que não tivesse condições de efectuar a quarentena em casa ou utentes de lares, as instalações foram na segunda-feira “adaptadas” para “um grupo muito heterogéneo, volátil e complexo” de pessoas.
Dos 171 alojados, 136 dos quais testaram positivo para a covid-16, a grande maioria são oriundos “da Gâmbia, Guiné Bissau e Senegal”, mas há entre eles “línguas tão diversas como o árabe”, explicou o comandante.
Os migrantes estão alojados em camaratas com capacidade para 16 pessoas, mas com uma ocupação de apenas oito, dispondo de casas de banho e áreas de alimentação em cada um dos edifícios.
De acordo com o comandante da base, o espaço foi ainda adaptado “para se poderem movimentar num telheiro exterior” e para poderem fazer exercício “na área em redor dos edifícios”, vedados num perímetro de confinamento assegurado em parceria com a Marinha e o Exército.