Covid-19: cidadãos estrangeiros provenientes do hostel de Lisboa chegaram à Base Aérea da Ota

Foram transportados 169 cidadãos estrangeiros, dos quais 136 testaram positivo à presença do novo coronavírus, sete cujos resultados foram inconclusivos e 26 cujos resultados dos testes foram negativos.

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Reuters/Rafael Marchante

Os 169 cidadãos estrangeiros provenientes de um hostel de Lisboa chegaram nesta madrugada, às 01h25, à Base Aérea da Ota, em Alenquer, para realizarem um período de quarentena devido à pandemia da doença covid-19.

De acordo com o vereador da Protecção Civil da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Castro, foram transportados 169 cidadãos estrangeiros, dos quais 136 testaram positivo à presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2), sete cujos resultados foram inconclusivos e 26 cujos resultados dos testes foram negativos.

Estas pessoas permanecerão em quarentena, durante duas semanas, nas instalações da Base Aérea da Ota, concelho de Alenquer, distrito de Lisboa.

Questionado pela agência Lusa sobre a razão pela qual o transporte destes cidadãos apenas se iniciou durante a noite, Carlos Castro explicou que o processo “demorou o tempo que foi necessário para se fazer com total segurança”, não só para estas pessoas, mas também para os profissionais de saúde e elementos das forças de segurança responsáveis pela operação.

Na segunda-feira, o presidente da Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, afirmou que esta base aérea dispõe de 500 camas preparadas para acolher pessoas com a doença covid-19.

O hostel, na Rua Morais Soares, em Lisboa, que albergava estas pessoas, foi alvo de uma desinfecção. “Este hostel tinha um total de cerca de 185 pessoas residentes e alguns profissionais e, portanto, foram sendo feitos testes a toda esta população” e “muito deles deram positivo”, adiantou na segunda-feira a directora-geral da Saúde, Graça Freitas.

Uma vez que as pessoas que estavam no hostel são, na sua maioria, imigrantes e refugiados, a Lusa contactou o Conselho Português para os Refugiados (CPR) para saber se este é o procedimento comum no caso de requerentes de protecção.

A presidente do CPR disse que aquele organismo está a acompanhar actualmente 950 requerentes de protecção, cerca de 800 dos quais se encontram em alojamentos externos aos serviços, em hostels na cidade de Lisboa.

Mónica Farinha reconheceu que a solução “não é a ideal em termos de acolhimento, mas, tendo em conta o aumento dos pedidos desde há uns anos e a demora na transição dos requerimentos, foi a forma encontrada”, devido à sobrelotação dos centros de acolhimento do CPR.

“É uma grande preocupação que temos, não garantimos o isolamento social, pois há vivência comunitária, nas cozinhas e WC [casas de banho] partilhados, e nos espaços comuns. Sabemos que as pessoas não estão confinadas nos quartos”, explicou.

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