Matosinhos vai distribuir máscaras reutilizáveis. Em Cascais, há 850 mil à venda por 70 cêntimos

Matosinhos vai distribuir gratuitamente 200 mil máscaras reutilizáveis aos seus munícipes. Em Cascais, a autarquia distribuiu 850 mil por 17 instituições sociais do concelho, que as venderão aos munícipes por 70 cêntimos.

Foto
ADRIANO MIRANDA

A pensar no período pós-confinamento, a câmara de Matosinhos vai entregar máscaras reutilizáveis em casa de todos os munícipes a partir do início de Maio. Em comunicado, a autarquia diz que as máscaras serão produzidas por um consórcio de unidades de produção do concelho, a tempo de estarem prontas por altura em que se estima terminar o actual estado de emergência.

“Quando terminar o confinamento obrigatório e as pessoas retomarem lentamente as suas actividades, vai ser fundamental a protecção individual, nomeadamente o uso de máscaras em locais públicos fechados. Só adoptando comportamentos responsáveis e rigorosos vamos conseguir controlar o surto e retomar a normalidade”, afirma Luísa Salgueiro, presidente da autarquia, na nota enviada à imprensa, acrescentando que, “a grande preocupação é a segurança das pessoas nesse período de transição”.

Numa primeira fase serão distribuídas, gratuitamente, 200 mil máscaras, num concelho onde residem cerca de 175 mil pessoas. As máscaras, “laváveis e reutilizáveis”, serão entregues na casa dos munícipes, reunindo todas as condições de higiene e segurança: “são compostas por dois tecidos, um com tratamento bactericida e fungicida, e outro com tratamento impermeabilizante”. Todos os componentes aguardam certificação do Citeve - Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário, “no sentido de cumprirem todas as normas em vigor para as máscaras sociais”.

Juntamente com estes equipamentos, a autarquia vai entregar um guia de utilização e manutenção das máscaras, assim como conselhos práticos para o período pós-confinamento. 

Ao longo das últimas semanas, vários municípios têm anunciado a intenção de fazer chegar aos seus munícipes material de protecção individual. Paredes vai investir 100 mil euros em máscaras sociais e doá-las a cinco corporações de bombeiros e a duas delegações da Cruz Vermelha do concelho, para que as instituições possam vendê-las à população a preço “simbólico”. Esse gesto, diz a autarquia, será um donativo para apoiar os bombeiros e a Cruz Vermelha, “que estão na linha da frente a proteger as pessoas”. Mafra, por exemplo, anunciou a distribuição de 500 mil máscaras pelos habitantes do concelho. Na Batalha, são 40 mil as que já foram entregues a oito mil munícipes, cerca de metade dos que ali residem. Esta autarquia já entregou também 50 mil luvas e 900 viseiras.​

850 mil máscaras a 70 cêntimos cada

Em Cascais, estão já disponíveis as 850 mil máscaras que a câmara distribuiu por 17 instituições particulares de solidariedade social (IPSS) em todo o concelho e que têm agora a missão de as vender aos cidadãos. Quem assim quiser, pode dirigir-se a estas instituições, podendo comprar, no máximo, três máscaras por semana, a 70 cêntimos a unidade.

Para evitar “situações de açambarcamento” e alcançar um vasto número de pessoas, a autarquia, liderada pelo social-democrata Carlos Carreiras, definiu um conjunto de regras: além do limite das três unidades por semana, os munícipes devem apresentar um comprovativo de morada e o número de identificação fiscal. Os maiores de 65 anos e grupos de risco podem fazer-se representar por um familiar, vizinho ou alguém que lhes seja próximo, que deverá sempre apresentar a sua identificação e a do comprador. Ou então podem recorrer aos voluntários e à Linha Sénior do município.

As máscaras podem ser compradas nas instituições de segunda a sexta-feira, entre as 9h e as 17h. Há várias IPSS nas quatro freguesias do concelho, onde o material pode ser adquirido. A autarquia aconselha, por isso, a que se desloque às instituições mais próximas da sua área de residência para evitar grandes movimentos fora de casa. Terão ainda todas as instruções de uso na embalagem, para que sejam colocadas e retiradas de forma correcta.

Segundo uma nota enviada pela autarquia durante a semana, o programa “Máscaras Acessíveis” quer dotar todos os cidadãos dos meios de protecção contra o novo coronavírus e “quebrar movimentos especulativos” que fizeram com que estes materiais começassem a ser vendidos com um valor muito superior ao seu valor. Além disso, a câmara entende que esta venda permitirá “capacitar as IPSS de recursos financeiros”. 

A câmara antecipa ainda que, a partir do dia 2 de Maio, com o previsível fim do Estado de Emergência e o progressivo regresso à normalidade, estará “em condições de distribuir máscaras de forma generalizada a preços mais baixos do que os 70 cêntimos”. “Presumo que por essa altura sejam necessárias mais máscaras e, em muitos casos, os cidadãos terão a necessidade de mais do que uma máscara por dia”, refere Carlos Carreiras, citado na nota. 

Para já, mantém-se as três máscaras por semana e não é possível fazer levantamentos para a família. O município considera que este é material suficiente para assegurar deslocações essenciais, seja à farmácia ou ao supermercado, por exemplo, de um dos membros do agregado familiar.

A avançar está também, segundo a autarquia, a aquisição de máquinas de venda automática com máscaras, que serão colocadas em “locais estratégicos” do território.

Sugerir correcção
Comentar