Campismo de Monsanto acolhe ex-reclusos e portadores de covid-19

No parque de Lisboa já estão a morar temporariamente profissionais de saúde e da protecção civil, alguns dos quais se encontram em isolamento por estarem infectados.

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cl carlos lopes / Publico

O parque de campismo de Monsanto, em Lisboa, vai receber quatro dezenas de presos dos mais de 2200 que estão a ser libertados como medida de protecção para evitar o contágio por covid-19 na cadeia.

Os primeiros três ex-reclusos chegaram na tarde desta terça-feira ao recinto, onde já estão a morar temporariamente três dezenas profissionais de saúde e também elementos da Protecção Civil Municipal e dos bombeiros, explicou fonte do gabinete do presidente da Câmara de Lisboa. Alguns destes elementos estão em isolamento por terem sido infectados pelo coronavírus, enquanto outros preferem residir ali para não porem em perigo as respectivas famílias. A mesma fonte não soube detalhar quantas pessoas doentes se encontram no parque de campismo.

A ideia surgiu depois de os serviços prisionais terem percebido que alguns dos homens e mulheres que iam colocar em liberdade não tinham tecto nem família que os acolhesse. Estas 40 pessoas, que ficarão alojadas em bungallows, estavam em cadeias da região de Lisboa e serão acompanhadas pela Junta de Freguesia de Benfica – que lhes providenciará refeições – e pela associação de apoio aos reclusos O Companheiro, que tentará juntamente com esta autarquia reintegrá-los na vida activa após um período de formação profissional. O objectivo é que não se tornem sem-abrigo. Em Monsanto irão usufruir de acompanhamento médico.

Três ex-presos à espera de transporte para os Açores, região de onde são oriundos, ficarão igualmente no parque de campismo. Deverão ser levados para as suas casas pela Força Aérea, cuja esquadra 502, conhecida como Elefantes, já transportou no passado sábado oito cidadãos que estavam no estabelecimento prisional de Ponta Delgada para as Lajes. O Governo decidiu no mês passado que os parques de campismo tinham de fechar, por causa da pandemia, tendo os seus ocupantes sido mandados embora. 

Ex-reclusos provenientes de outras cadeias do país irão igualmente beneficiar de alojamento temporário. O Exército e as câmaras de Oeiras e de Matosinhos já se disponibilizaram para arranjar soluções neste âmbito. Desde sábado e até esta terça-feira foram libertados cerca de mil presos. 

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