Como resolver uma birra em cinco minutos!

A verdade é que, por muito incómodo e frustrante que possa ser lidar com uma birra, elas são parte integrante do desenvolvimento.

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Marcos Paulo Prado/Unsplash

Como pais, já todos nós tivemos oportunidade de nos confrontarmos com esse bicho de sete cabeças, vulgarmente conhecido como: birra!

Quando o seu filho está no meio de uma birra, pode ser difícil evitar que os pais tenham a sua própria birra.

A verdade é que, por muito incómodo e frustrante que possa ser lidar com uma birra, elas são parte integrante do desenvolvimento e a forma como nós, pais, lidamos com elas terá um grande impacto na pessoa em que o nosso filho se irá tornar.

As birras surgem nos mais pequeninos devido às suas, ainda limitadas, capacidades de lidar com as frustrações de forma positiva, ao pouco vocabulário para exprimir as suas necessidades e sentimentos e pelo facto de ainda terem pouca capacidade de regulação emocional. Aliado a isso, está o processo de desenvolvimento da sua própria independência como indivíduo, em que precisa de aprender a tomar decisões sobre determinadas coisas.

O seu pequenito pode finalmente usar palavras para lhe dizer o que ele precisa ou quer, mas isso não significa que já consiga lidar com suas emoções, o que se traduz numa birra, à mínima contrariedade. Quer isto dizer que as crianças com um temperamento mais intenso terão maior probabilidade de fazer mais birras!

É importante que perceba que, naquele momento de birra, o seu filho está a sentir-se inundado pelas suas próprias emoções. Nesse momento, ele é alguém que precisa da sua ajuda enquanto pai/mãe!

Aqui ficam algumas dicas…

Primeiro passo: Prevenir o seu aparecimento.

Para conseguir ajudar o seu filho a desenvolver estas capacidades, em primeiro lugar é importante passar tempo a brincar com a criança, criando oportunidades de a ajudar a desenvolver estas competências. Nesse contexto, deixe a criança liderar a escolha da brincadeira e dê-lhe toda a atenção. Ter esta experiência positiva consigo fornecer-lhe-á as bases para se acalmar da próxima vez que ela ficar com raiva.

Além disso, procure oportunidades para assinalar os seus bons comportamentos, mesmo aqueles que julga não terem importância. Como reforço positivo desses comportamentos desejados, torna-se mais provável que a criança os demonstre novamente. Podemos também, antecipadamente, ajudar a desenvolver formas saudáveis ​​de lidar com a frustração no calor do momento, com técnicas de respiração profunda, por exemplo, imaginar uma flor muito cheirosa e pedir à criança para a cheirar profundamente e, depois, conseguir apagar a maior vela do seu bolo de aniversário. Treinar isto antecipadamente vai ser uma ajuda preciosa no momento da birra.

Finalmente, esteja atento às situações que tendem a gerar uma birra e esteja preparado: se a criança fica irritada quando aparece um ratinho na barriga, tenha sempre consigo um snack saudável. Se “despardala” quando está cansada, torne as suas sestas uma prioridade máxima.

A forma como lidamos com as birras vai determinar o seu curso. Por exemplo: se lhes damos muita atenção, o mais natural é que apareçam mais amiúde. Se, por outro lado, respondermos à birra com raiva, vão com certeza escalar. 

Segundo passo: Identificar os diferentes tipos de birra e as diferentes formas de lidar com elas

A birra emocional: vamos chamar assim aquelas em que a criança está a sentir-se frustrada ou a transbordar de emoções (por exemplo: quando não consegue vencer um desafio que criou a si própria, rumo à sua independência, como seja apertar os botões do casaco). Bom, aqui a técnica é esperar até perceber aquela mudança de tom, para a tristeza, que nos permite aproximar, limpar as lágrimas, oferecer conforto e compreensão e depois… avançar no dia.

A birra dramática: estas são bem diferentes, até porque não costumam ter lágrimas e têm mais a ver com a criança obter o que deseja, ou seja, tentar influenciar a nossa decisão. Nestes casos, a melhor opção é não dizer nada, nem sequer fazer contacto ocular e avançar para outro local. Quando a criança se acalmar mais tarde, poderemos explicar a situação sem dar muita importância ao assunto.

Em casa:

O cantinho da calma é um espaço que ajuda a criança a acalmar-se na sua companhia (não sozinha) e o seu cérebro a organizar-se para pensar melhor. Nesse cantinho podemos colocar almofadas, alguma música para relaxar e as garrafas da calma que todos nós podemos construir em cinco minutos! Estas têm um efeito semelhante ao olhar para um aquário com peixinhos a nadar. Pode também colocar um “espanta espíritos” feito com coisas simples lá de casa… o seu barulho é muito relaxante.

Em público:

Uma das coisas que mais aflige os pais é quando as birras ocorrem em público, porque, de facto, manter-se calmo durante uma birra é difícil, mas em público torna-se um pouco pior.

Por isso, quando elas ocorrem em locais públicos, tente retirar-se do local: ir até à casa de banho ou até ao carro, para que possa dar ao seu filho toda a atenção que ele necessita, sem ter de se preocupar com o facto de estar a ser o centro das atenções.

Para terminar, ninguém gosta de se sentir fora do controlo, portanto, a próxima vez que o seu filho estiver assim, entenda que aquilo é um pedido de ajuda, e não um “teste”.

E já sabe, respire, recomponha-se… afinal o adulto é o pai.


For Babies Brain by Clementina é um parceiro do Pares do Ímpar. Os conteúdos publicados são da responsabilidade da autora. Pares do Ímpar é um projecto de parceria entre o PÚBLICO e criadores independentes de conteúdos em áreas especializadas, complementares ao alinhamento editorial do Ímpar.

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