Ah, o bom gosto
Sugestões para a quarentena? Percorrer a discografia dos Young Gun Silver Fox, por exemplo, começando pelo seu novo (e melhor) álbum.
Como é sabido, nos últimos anos, com a democratização absoluta trazida pela net na produção e no consumo de música, há quem venha decretando, rapidamente e em força, ufanamente mesmo, o fim do “bom gosto”, visto como coisa, pasme-se, “subjectiva” (havia de ser o quê?). O mais curioso é que quem raciocina nestes termos fá-lo com um espírito de guerra, militante (ou seja, beato), no propósito de legitimar formas musicais que seriam tão ou mais valorosas do que outras ditas “canónicas” — em qual óptica? Na dos próprios, pois claro. Portanto: o bom gosto morreu, longa vida ao bom gosto — por exemplo, longa vida aos Young Gun Silver Fox (YGSF). De facto, e ainda que Canyons não fosse o belíssimo disco que é, ainda que fosse apenas um belo disco (abaixo disso é difícil no caso destes dois rapazes), seria da mais elementar injustiça se o seu nome por cá continuasse na maior das sombras.
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