Ah, o bom gosto

Sugestões para a quarentena? Percorrer a discografia dos Young Gun Silver Fox, por exemplo, começando pelo seu novo (e melhor) álbum.

Foto
Os YGSF estão no restrito lote dos bons intérpretes de música negra que as últimas duas décadas testemunharam

Como é sabido, nos últimos anos, com a democratização absoluta trazida pela net na produção e no consumo de música, há quem venha decretando, rapidamente e em força, ufanamente mesmo, o fim do “bom gosto”, visto como coisa, pasme-se, “subjectiva” (havia de ser o quê?). O mais curioso é que quem raciocina nestes termos fá-lo com um espírito de guerra, militante (ou seja, beato), no propósito de legitimar formas musicais que seriam tão ou mais valorosas do que outras ditas “canónicas” — em qual óptica? Na dos próprios, pois claro. Portanto: o bom gosto morreu, longa vida ao bom gosto — por exemplo, longa vida aos Young Gun Silver Fox (YGSF). De facto, e ainda que Canyons não fosse o belíssimo disco que é, ainda que fosse apenas um belo disco (abaixo disso é difícil no caso destes dois rapazes), seria da mais elementar injustiça se o seu nome por cá continuasse na maior das sombras.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar