Mais de cem câmaras a apontar para os animais: “Queremos que se apaixone de novo pelo mundo”

Águias-carecas, ursos polares, pinguins, elefantes, abelhas e até auroras-boreais. São mais de cem câmaras a apontar para um mundo cheio de vida animal. “Acreditamos que tomamos conta daquilo que amamos”, diz o fundador do projecto Explore.

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Doug Swinson/Unsplash

E se de repente abríssemos uma janela e pudéssemos ver — em directo e 24 horas por dia — o ninho de uma águia-careca no Iowa? E se na janela ao lado, mesmo ali, estivesse um elefante a tomar um banho de lama num lago na zona de Emangusi, na África do Sul? Ou uma colmeia em plena actividade em Buchloe, na Alemanha, auroras-boreais a dançar no céu de Churchill, no Canadá, e até um urso polar na reserva de Wapusk? Está tudo à distância de um clique.

Estamos fechados em casa. E lá fora o mundo está cheio de vida. “Queremos que se apaixone outra vez pelo mundo.” Assim se apresenta o projecto Explore, “a maior rede de câmaras ao vivo do mundo” apontadas para o mundo selvagem (e também um canal de documentários), uma rede “100% filantrópica” e cuja missão é “inspirar”, “desafiar a aprendizagem ao longo da vida” e “defender os actos altruístas de outras pessoas”.

Charles Annenberg Weingarten, filantropo e vice-presidente da Fundação Annenberg, fala daquele que considera ser “o maior zoológico do mundo, mas sem grades”. “As câmaras abrem a porta a muitas pessoas que assim aprendem sobre este magnífico e misterioso mundo. O que faz as câmaras únicas e o que as distingue dos documentários é a sua pureza. Como filantropos acreditamos que tomamos conta daquilo que amamos.

“Ao explorarmos”, acrescenta o fundador do Explore, “somos arquivistas”. A crescente biblioteca do Explore consiste em mais de 250 filmes originais e 30 mil fotografias de todo o mundo, isto para além das largas dezenas de câmaras estrategicamente colocadas nos quatro cantos do mundo animal. A última vez que a Fugas lá foi, estavam cerca de cem webcams ligadas (a águia-careca ainda estava no ninho).

Nas entrelinhas, este projecto documenta o trabalho de muitas pessoas, que “dedicam as suas vidas a causas extraordinárias”. “É um portal para a alma da humanidade.”

Como canal de documentários, o projecto Explore esforça-se por criar filmes que permitam que o espectador se junte à equipa de exploradores. Entre os principais temas estão “os direitos dos animais e as alterações climáticas, a pobreza, a educação e a espiritualidade”.

A organização ajuda ainda a financiar projectos de conservação do ambiente sob a forma de subsídios atribuídos pela Fundação Annenberg — até ao momento, foram concedidos mais de 69 milhões de dólares (cerca de 64 milhões de euros) a mais de 300 organizações sem fins lucrativos em todo o mundo.

O site Explore — com uma versão mobile gratuita — está dividido por temas captados pelas suas webcams (vida selvagem africana, pássaros, oceanos, ursos, cães, gatos, gorilas, auroras boreais, etc.), sendo também possível espreitar imediatamente um mosaico de todas as câmaras em actividade.

Cada transmissão em directo faz-se acompanhar por uma ficha completa do projecto em específico, com mapas, condições meteorológicas, informações sobre o projecto e a espécie em questão, e um chat em que todos os espectadores são convidados a participar.

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