Coronavírus: hipermercados com controlo de entradas mas tempos de espera reduzidos

Alguma concentração de clientes no exterior das repartições de Finanças. Agências bancárias praticamente sem clientes.

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Papel higiénico continua a ser uma preocupação dos portugueses, apesar da existência de fabricantes nacionais com capacidade para abastecer o mercado LUSA/JOSÉ COELHO

As regras criadas para travar a covid-19 são novas, mas estão a ser respeitadas sem protesto. Os super e hipermercados abriram nesta segunda-feira com alguma afluência de clientes, obrigando, pontualmente, a algum tempo de espera na entrada, que é, no entanto, reduzido, observou o PÚBLICO junto de algumas superfícies comerciais no Porto. A nível nacional também se verifica uma grande normalidade no acesso aos estabelecimentos, garante Gonçalo Lobo Xavier, director-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Abastecimento (APED).

A contribuir para este ambiente de tranquilidade está a antecipação de compras feitas pelas famílias nos últimos dias, mas também as garantias da APED de que “o abastecimento está garantido, não sendo previsível qualquer ruptura de stocks”.

A situação de fronteiras abertas para o transporte de mercadorias, decidida pelo Governo, juntamente com o grande domínio de produtos nacionais, é um factor que também contribuiu para que não se esteja a verificar uma corrida aos super e hipermercados. Curiosamente, nos carrinhos de compras que saem de algumas superfícies continua a destacar-se, sem justificação para isso, as embalagens de papel higiénico.

Algumas superfícies comerciais estão a limitar a entrada de clientes acompanhados, ou seja, dois ou mais clientes a entrarem juntos, o que pode explicar, como observou o PÚBLICO, alguns clientes que aparentemente são familiares ou estão juntos, mas cada um com carrinho próprio. Esta situação também poderá acontecer por necessidade de maior número de compras.

A limpeza imediata dos carrinhos foi uma das situações observadas pelo PÚBLICO num hipermercado, onde também presenciou alguma altercação entre dois clientes porque a colocação de compras no tapete rolante naquela caixa estava a ser feita face ao cliente da frente sem qualquer distância. 

A descida das temperaturas e as necessidades de ficar em teletrabalho ou a cuidar dos filhos explica a reduzida afluência a pequenas lojas de rua, incluindo estabelecimentos de cafetaria e padarias.

Apenas à entrada das farmácias se verificava alguma afluência na zona da Senhora da Hora, em Matosinhos, sem grande respeito pela distância mínima.

Na farmácia “dos afectos” (trata-se de um estabelecimento muito frequentado por pessoas idosas e onde o atendimento é muito personalizado, com acompanhamento da situação clínica e até familiar dos clientes) havia ao início da manhã cerca de uma dezena de clientes à espera, na rua.

As agências bancárias estão praticamente sem clientes e, por isso, quase sem necessidade de controlo de entradas. Num balcão da Caixa Geral de Depósitos só entrava um cliente de cada vez, mas, ao contrário da frequência habitual deste espaço, só se verificava a chegada muito pontual de clientes.

Nos centros comerciais, o estabelecimento de horários mais reduzidos, entre as 12h e as 20h, está a ser amplamente divulgado, pelo que não é visível a afluência de clientes ao engano. Num dos maiores centros comerciais do Norte do país, o Norteshopping, apesar da limitação de horário, os lojistas podem abrir antes das 12 horas, mas esta manhã apenas um número muito reduzido de lojas estava aberto. Algumas lojas não vão abrir de todo, como o caso dos espaços Nespresso.

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