Taliban atacam de novo forças de Cabul e matam cinco polícias

Na segunda-feira, o grupo islamista anunciou que retomava as operações contra as forças do Governo de Cabul, mantendo a trégua em relação às forças americanas e outras tropas estrangeiras.

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Soldado afegão junto ao local onde foi morto um colega WATAN YAR/EPA

Cinco polícias afegãos morreram nesta terça-feira num ataque dos taliban a um posto de controlo perto de uma mina de cobre, um dia depois de terem decidido retomar as operações militares contra as forças do Governo de Cabul.

No sábado, assinaram um acordo com os Estados Unidos, para permitir a retirada faseada dos militares norte-americanos.

Um porta-voz taliban não confirmou ou negou o ataque no Leste do Afeganistão. Mas, na segunda-feira, o grupo islamista anunciou que retomava as operações contra as forças do Governo afegão, embora mantendo a trégua em relação às forças americanas e outras tropas estrangeiras.

O grupo islamista tinha reduzido as suas actividades antes da assinatura do acordo com os EUA. Do acordo faz parte um compromisso de o Governo afegão libertar cinco mil dos dez mil prisioneiros taliban. Porém, o Presidente Ashraf Ghani disse que não aceitava libertar presos, ou fazer troca de prisioneiros, e considerou que os EUA não têm mandato para tomar essas decisões em nome do país.

Na terça-feira, “fortes combates” causaram a morte de cinco chefias militares afegãs num posto de controlo em Mes Aynak, na mina de cobre na província de Logar, disse Deedar Lawang, porta-voz do governador de local. Hasib Stanekzai, chefe do conselho provincial, disse à Reuters que os polícias eram alvos fáceis uma vez que, de manhã, não tinham armas pesadas com eles.

Um alto funcionário americano disse que o ataque está a ser investigado.

Um porta-voz do Ministério do Interior afegão disse que em 24 horas os taliban realizaram 33 ataques contra as forças afegãs em 16 províncias, matando seis civis. Não disse quantos soldados foram mortos.

Uma coligação liderada pelos EUA expulsou os taliban do poder no Afeganistão em 2001. Mas o país vive, desde então, em estado de guerra, com o grupo islamista a controlar parte do território, mas sem conseguir tomar centros urbanos.

O acordo alcançado no fim-de-semana entre os EUA e os taliban prevê a retirada total das forças americanas no país no prazo de 14 meses, dependendo das garantias de segurança dadas pelo grupo. 

“Se o anúncio do regresso à violência for confirmado, então estão a ir contra o espírito do acordo”, disse o enviado especial da União Europeia para o Afeganistão, Roland Kobia. 

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