Luís Castro: “A dada altura, ou eu ou o Bruno teremos de arriscar tudo”

Na antevisão do Benfica-Shakhtar, Luís Castro não se escondeu das perguntas e dissertou sobre vários aspectos tácticos e estratégicos – dissertou ao ponto de deixar exausto o tradutor de serviço, que pediu menos palavras ao técnico português.

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Luís Castro na antevisão da partida. LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Luís Castro, treinador do Shakhtar, olhou para o jogo frente ao Benfica, da segunda mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa - uma partida a eliminar -, como um dos mais difíceis que existem. “Os jogos mais difíceis para um treinador são estes: que obrigam a um “gelo” permanente na nossa cabeça, obrigando-nos a identificar a hora certa de fazer algo, porque, sendo a eliminar, há a tentação de irmos atrás de um resultado e as coisas podem complicar-se. A dada altura, um treinador terá de arriscar tudo: ou eu ou o Bruno. A 20/15/10 minutos do fim, alguém estará em desvantagem”, analisou, nesta quarta-feira, na antevisão da partida.

Na conferência de imprensa, Luís Castro, como é habitual, não se escondeu das perguntas e dissertou sobre vários aspectos tácticos e estratégicos – dissertou ao ponto de deixar exausto o tradutor de serviço, que pediu menos palavras ao técnico português.

Uma das considerações mais importantes foi a garantia de que os ucranianos querem vencer na Luz, apesar de crer que o Benfica “vai pressionar mais alto do que em Kharkiv”. “Temos de procurar ganhar o jogo. Se procurarmos apenas ganhar a eliminatória, temos uma percentagem elevada de sairmos da Liga Europa”, analisou, antes de dissecar as variantes do Benfica.

“No jogo em Kharkiv, o Benfica jogou com o Florentino, Taarabt e Pizzi a 10. Em Barcelos, foi Weigl, Samaris e Taarabt. Sentiu-se um Benfica mais condensado, mais controlador, mas quando queremos uma coisa de um lado, podemos perder do outro. Com outra equipa, as dinâmicas mudam. Os jogadores estão identificados com a aparição do Samaris no último jogo e até à sua entrada na equipa. É a nossa obrigação prever o que o Benfica vai fazer e por que caminhos podemos entrar”.

Sobre o desfecho da eliminatória, Castro mostrou ambição: “Sou optimista por natureza e acho que se os outros conseguem nós também podemos conseguir. Vão existir duas equipas na final e eu acho que podemos ser uma dessas equipas. Vai haver uma equipa campeã da Liga Europa e eu acho que podemos ser essa equipa”.

O treinador do Shakhtar mostrou-se ainda algo revoltado com as análises que atribuíram o triunfo da primeira mão como fruto de um Benfica em crise e exemplificou: “Dizem que marcámos porque o Rúben Dias perdeu a bola, mas onde fica o trabalho do Taison? Dizem que querem equipas a pressionar algo e foi o que fizemos, para obrigar o Rúben Dias a errar. Onde fica o mérito do Taison?”.

Por fim, o técnico português reconheceu que “é uma emoção voltar a Portugal e ao Estádio da Luz, onde se vive sempre um ambiente fantástico”. “Espero um estádio cheio e que se anime com o jogo”, apontou.

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