BE quer saber quais as medidas o Governo vai tomar sobre o caso Marega

Deputados consideram que se tratou de um “caso claro de racismo”.

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Pedro Filipe Soares, líder da bancada do BE, que enviou perguntas ao Governo LUSA/TIAGO PETINGA

O Bloco de Esquerda (BE) mostra “especial preocupação” com o “claro caso de racismo” que se passou ontem com o jogador Marega e quer saber “quais as medidas” a secretaria de Estado do Desporto e da Juventude tomará para “intervir” sobre o episódio.

Numa pergunta parlamentar dirigida ao Governo, os deputados bloquistas prestam “a sua total solidariedade para com Moussa Marega e para com todos que não desistem de fazer da prática desportiva uma casa da igualdade” e exigem que as responsabilidades sejam apuradas. “No momento em que nos deparamos com um caso claro de racismo, é imprescindível que todas as instâncias com responsabilidades desportivas e políticas condenem os actos e utilizem todos os instrumentos legais de que dispõem para apurar responsabilidades e aplicar as devidas sanções. Da parte do Governo, exigimos que toma a posição de agir directamente sobre o caso, garantindo que não cai no esquecimento”, escreveram a propósito do caso de domingo em que foram entoados cânticos racistas dirigidos ao jogador Moussa Marega, durante o jogo FC Porto - Vitória de Guimarães.

Os deputados questionam se a secretaria de Estado do Desporto e da Juventude tem conhecimento de outros casos idênticos de “racismo no desporto” e que “pelo facto de não terem sido noticiados “não são do conhecimento público” e que “acções foram desencadeadas” pelas autoridades.

O BE lembra que foi aprovado, há um ano, um diploma que pretendia reforçar o combate à violência no desporto, nomeadamente o racismo nos recintos desportivos. “Após quase um ano desde a aprovação desse diploma, e com a manutenção de episódios de violência racista como aquela que tivemos oportunidade de assistir na partida de futebol em causa, é momento de reavaliar a aplicação desses preceitos legais e a eventual insuficiência dos mesmos”, lê-se no texto que deu entrada, esta manhã, na Assembleia da República. 

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