Isto anda tudo ligado

Após as chuvas — abençoadas chuvas! — os campos surgem manchados de amarelo. Mal se dissipa o nevoeiro que serpenteia entre os montes, deixando adivinhar o percurso do rio que nunca daqui a vista alcança embora o saibamos lá — o calor da manhã até há pouco submersa a impor-se na paisagem —, destapam-se os caminhos de terra. Avistam-se, então, os borrões de cor, dessa mesma cor invocada pelo nosso cineasta louco, a cor do submarino dos Beatles e aquela que alguns afirmam ter sido a preferida de Van Gogh, o próprio locatário de uma casa amarela, embora aos girassóis os substituam no caso as mais humildes azedas, de seu nome científico, Oxalis pes-caprae, conhecidas vulgarmente também por trevilho, trevo-azedo, santas-noites, praga-má, erva-canária, erva-mijona… Etc. Posto isto — e saltando as partes chatas de que falava Hitchcock —, cambiado o cenário e abandonada a botânica, leio que em Lisboa preferem o verde ao yellow.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 3 comentários