Comerciantes e moradores de Santos unem-se para uma Festa Estranha

Domingo será um dia repleto de actividades no adro da Igreja de Santos-o-Velho. Todo o lucro do evento reverte para a compra de uma carrinha para a Assistência Paroquial de Santos-o-Velho.

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Largo da Igreja de Santos vai ser o palco da Festa Estranha

A Assistência Paroquial de Santos-o-Velho (APSOV) auxilia os idosos da zona através do centro de dia e de apoio domiciliário. Actualmente, a instituição possui uma carrinha com apenas cinco lugares. Mas são 25 os utentes do centro de dia e 36 o número de idosos inseridos em serviço de apoio domiciliário. Além disso, a APSOV distribui cerca de 200 refeições por dia aos mais necessitados e em Cantinas Sociais, um número que ascende às 300 refeições nas sextas-feiras. Por isso precisa de um novo veículo e os vizinhos decidiram unir-se para conseguir reunir os fundos necessários.

A Junta de Freguesia da Estrela e alguns comerciantes e moradores locais decidiram agir em conjunto e contribuir para uma solução. O objectivo é ajudar a angariar fundos para a aquisição de uma carrinha que ajude a APSOV não só a melhorar a mobilidade dos seus utentes, mas também a optimizar a distribuição das refeições. Para arrecadar o dinheiro necessário, a comunidade decidiu organizar um evento solidário a que chamou “Festa Estranha”.

Assim, no próximo domingo, dia 16 de Fevereiro, das 9h às 20h, o adro da Igreja de Santos vai ter um dia preenchido de actividades com “música, comércio local e gincanas para toda a família”, revela uma nota de imprensa. Além do objectivo de conseguir a carrinha, Maria Dominguez, uma das organizadoras do evento, destaca a importância do evento para “trazer de volta o espírito comunitário”.

A totalidade do lucro obtido na Festa Estranha irá reverter para a angariação de fundos que visa a aquisição de uma carrinha para que a instituição possa alcançar mais pessoas e de forma mais rápida na zona de Santos.

Neste momento, já foi criada uma acção de angariação de fundos online que aceita doações e tem como objectivo atingir os 12 mil euros. “Seria ideal acabar o evento com uma carrinha”, admite Maria Dominguez, apesar de notar a ambição da quantia almejada. Ainda assim, considera que, a poucos dias do evento, o objectivo de “mobilizar e sensibilizar a comunidade já está conseguido”, assinala.

Com entrada livre, a Festa Estranha contará com a colaboração de diversos comerciantes locais que vão contribuir com espaços de “venda de artesanato e roupa em segunda mão, jogos tradicionais para todos e música”. Além das roulottes de comida variada que estarão presentes, a música será garantida por DJ’s durante o dia e, às 18h, haverá um espectáculo de fado com Teresa Brum e Peu Madureira. Outra forma de arrecadar mais verbas para a carrinha consistirá na venda de rifas, que oferecem a possibilidade de ganhar uma aula de yoga, plantas ou até descontos em tatuagens, em estabelecimentos de parceiros aderentes à causa.

As reacções e a adesão à ideia têm sido “espectaculares”, considera a organizadora. Segundo Maria Dominguez, as pessoas “elogiam e envolvem-se com o evento porque consideram que já nasce de uma boa intenção”, conta.

Esta será a primeira edição da Festa Estranha, mas como adianta Maria Dominguez, “quem quiser usa o conceito e organiza mais uma edição aproveitando a plataforma que já se está a construir”, disse. Sendo assim, só há dois requisitos para adoptar o conceito “que o evento seja inclusivo e de cariz social”, completa a organizadora.

Mas porquê Festa Estranha. Na sua página do Facebook, está a resposta: “A Festa Estranha é mais que uma festa. É uma intenção que se materializa. Uma união de desconhecidos. Uma dedicação ao convívio social, uma desculpa para ir à rua, um encontro de vizinhos, um evento de caridade, um parque infantil, uma pista de dança, um programa de domingo. Uma homenagem ao multiculturalismo da Estrela, sem dúvida, e um apoio às causas locais. A Festa Estranha abraça a variedade, a criatividade, o apoio, a cultura, a tradição, e a novidade. As várias edições da Festa Estranha nem sempre serão iguais, nem sempre serão geridas pelas mesmas pessoas. Cada qual pode se apropriar da Festa Estranha quando tiver um conceito e uma causa. A Festa Estranha é de muitos para todos.”

Texto editado por Ana Fernandes

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