PSP condiciona entradas no aeroporto de Lisboa. Manifestação tornou-se mais ruidosa

Vigília marcada pelo Movimento Zero faz alterar regras de segurança no aeroporto da capital. Manifestantes são cerca de uma centena.

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A PSP condicionou as entradas no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, desde o início da manhã devido à convocatória da vigília de protesto por parte Movimento Zero (MZ), que agrupa agentes da PSP e militares da GNR. Só entra nas instalações aeroportuárias quem tiver bilhete de viagem ou cartão de trabalhador nas instalações do Aeroporto.

O MZ convocou, pelas redes sociais, concentrações em todos os aeroportos do país, no dia em que os sindicatos marcaram uma concentração de protesto junto ao Ministério da Finanças, agendada para as 16h. Às 10h, hora agendada para o início da vigília, a participação era muito discreta, cerca de duas dezenas de agentes à paisana e sem os símbolos do Movimento Zero, ao contrário do que tinha sido pedido pela organização.

Pelas 11h, os cerca de 50 agentes à paisana presentes juntavam-se na zona das partidas do aeroporto, sem manifestarem qualquer protesto e sem usarem os símbolos do MZ ou qualquer cartaz, como o movimento pediu na convocação das vigílias nas redes sociais.

Entre os poucos presentes esteve António Ramos, antigo presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia e um dos fundadores do movimento sindical na PSP, que justificou a fraca adesão à vigila com os “condicionamentos a que os polícias estão sujeitos”.

Afirmando-se apoiante do MZ, Ramos diz que os polícias têm toda a razão para protestar. “Os polícias são muito mal tratados e os seus direitos não são respeitados Nunca vi na PSP tanta falta de meios e efectivos”, afirma.

O antigo dirigente sindical defende que os protestos dos agentes da PSP sejam “mais enérgicos”. “Isto não vai lá só com manifestações. Têm de existir protestos permanentes que se façam sentir na sociedade”, diz.

Visível era a também a presença de muitos elementos da PSP em serviço que controlavam todas as entradas do Aeroporto Humberto Delgado. “Hoje, por motivos de segurança, só entra quem estiver a trabalhar ou for viajar”, vão dizendo os agentes da PSP a quem não cumpra estas condições.

Gritos, t-shirts e um gesto

Por volta das 13h, a concentração, até aqui silenciosa, tornou-se ruidosa, contando já com a presença de cerca de uma centena de pessoas. Um homem, com a cara pintada à palhaço, levantou um cartaz que, em inglês, dizia: “não perguntes o que o país pode fazer por ti, mas o que podes tu fazer pelo país. Somos movimento zero.” Os presentes aplaudiram e assobiaram, saudando a iniciativa.

Pouco depois gritaram “zero, zero”, já com as t-shirts do movimento vestidas, voltando a repetir o gesto já usado na manifestação de Novembro: o indicador colado ao polegar, com os restantes três dedos no ar — um gesto associado aos movimentos de extrema-direita em vários países.

Depois juntaram-se junto a uma das portas de entrada do aeroporto lisboeta, sem que se registasse qualquer incidente. Pouco tempo depois começaram a desmobilizar.

Ontem, sem nunca se referir ao MZ, a direcção nacional da PSP fez saber que não tinha sido feito qualquer pedido de autorização para a realização de vigílias junto aos aeroportos do país.

O MZ é um movimento social inorgânico criado em Maio de 2019 por elementos da PSP e da GNR, sem qualquer apoio dos sindicatos, e bastante visível na última manifestação de forças de segurança em Novembro.

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