Alemanha em alerta: polícia faz buscas a suspeitos de planear ataque terrorista

Operação teve lugar na capital, Berlim, e em mais três estados. Suspeitos são de origem tchetchena e estarão ligados a movimentos islamistas.

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Autoridades apreenderam facas, dinheiro e material informático NELSON GARRIDO/ARQUIVO

A polícia alemã anunciou, na manhã desta terça-feira, a realização de buscas em várias propriedades ligadas a suspeitos de origem tchetchena. Estas pessoas, com idades compreendidas entre os 23 e os 28 anos, estarão alegadamente ligadas a “círculos islâmicos” radicais.

Segundo o jornal Tagesspiegel, um dos seus possíveis alvos seria uma sinagoga em Berlim e centros comerciais. A polícia detectou este grupo de tchetchenos em Setembro de 2019, quando alguns filmaram a Nova Sinagoga no centro de Berlim, diz o diário.

As autoridades suspeitam de que esteja a ser planeado “um acto violento sério que poderá colocar em perigo o Estado”, cita a emissora germânica Deutsche Welle (DW). De acordo com o The Washington Post, os suspeitos estavam a estudar os locais onde poderiam cometer um eventual ataque. 

A Procuradoria de Berlim revelou que as buscas estão a decorrer na capital germânica, mas também nos estados de Brandeburgo, Turíngia e Renânia do Norte-Vestefália. Estiveram envolvidos 180 agentes nesta operação que resultou na apreensão de dinheiro, facas e discos rígidos. As informações divulgadas pelas autoridades não permitem saber quantos suspeitos foram detidos ou interrogados. 

As autoridades alemãs estão em alerta para a ameaça islâmica que paira sobre o país desde o ataque com um camião no mercado de Natal, reivindicado pelo Daesh, que matou 12 pessoas em Dezembro de 2016 em Berlim. O autor, o tunisino Anis Amri, fugiu, mas chegou a ser baleado pela polícia italiana em Milão. Desde então, as autoridades alemãs evitaram nove tentativas de ataque, incluindo duas em Novembro de 2019, segundo dados do Departamento Federal de Polícia Criminal.

Também os sectores mais radicais de direita têm sido motivo de preocupação para as autoridades germânicas: em 2018, a polícia deteve seis suspeitos que teriam como objectivo formar um grupo armado que desencadeasse uma “revolução” de extrema-direita. Para esse fim, seriam realizados ataques contra políticos e figuras públicas que defendessem a democracia e o Estado de direito.

Em 2019, registaram-se 1241 actos criminosos contra políticos e representantes públicos alemães, de acordo com informação disponibilizada pelo Ministério do Interior. A maioria dos delitos é de autoria de movimentos de extrema-direita.

De acordo com dados citados pela Associated Press, os serviços de segurança germânicos identificaram 11 mil radicais no país, com 680 a merecerem especial atenção pelo potencial de incidentes violentos. Com Lusa

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