Bom Sucesso vai manter praça da alimentação e área de frescos

Garantia terá sido dada a Rui Moreira por uma das empresas que irá assumir a gestão do mercado. Para alterações na obra do mercado do Bolhão, Câmara do Porto vai pedir parecer à DGPC esta semana.

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Mercado do Bom Sucesso é Monumento de Interesse Público Paulo Pimenta

O mercado do Bom Sucesso vai manter a sua praça da alimentação e reabrir o espaço de venda de frescos, desactivada há vários meses. A garantia foi dada por Rui Moreira durante a reunião do executivo desta segunda-feira, citando informações dadas por Luís Reis, administrador da Sonae (detentora do PÚBLICO), que com a Mercado Prime, do Grupo Amorim, deverá assumir a gestão daquele mercado.

O presidente da autarquia respondia às questões da vereadora Maria João Castro, que queria saber se a câmara tinha já recebido algum projecto de alteração e se o mesmo tinha sido enviado à Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN). Rui Moreira foi peremptório: “Não entrou nenhum projecto de alteração. Se entrar, será avaliado pelos serviços e será enviado para as entidades competentes na área da cultura.”

As notícias da possível instalação de um supermercado no mercado, classificado como Monumento de Interesse Público, já levaram o autarca a procurar respostas. “Tive o cuidado de falar com a Sonae Sierra a quem perguntei se tinham em vista acabar com aquilo que se chama praça da alimentação e disseram que não. Têm uma estratégia que passa por manter aquela área, gerindo-a da forma como sabem gerir, e haverá uma parte, a parte de trás, onde querem continuar a vender frescos, que aliás não são vendidos há bastante tempo. Não irá haver nenhuma alteração ao projecto.”

Sobre outro Monumento de Interesse Público no centro dos noticiários na última semana, o mercado do Bolhão, a autarquia admitiu não ter ainda pedido um parecer à Direcção-Geral de Património Cultural (DGPC) para alterar o método construtivo da empreitada, mas informou que a nova solução será apresentada a essa entidade “esta semana”. No entanto, “o projecto aprovado pelo município e pela DGPC vai ser cumprido escrupulosamente”, garantiu Moreira perante as perguntas da socialista Odete Patrício.

“Se houvesse uma patologia séria nos Clérigos ou na Torre Eiffel ninguém se lembraria de os deitar abaixo”, ilustrou a vereadora, exigindo saber o que será exactamente demolido no Bolhão. O vereador Pedro Baganha sublinhou que “nada correu mal” no Bolhão, apesar do anunciado atraso de um ano no prazo de término inicialmente previsto, repetindo que “num projecto de reabilitação não é possível prever tudo”. As alterações propostas não alteram o “objecto arquitectónico”, afirmou, explicando que, no decorrer da obra, se verificou a “necessidade de uma intervenção muito mais profunda da laje da galeria interna”, pelo “muito mais grave” estado de “degradação da estrutura de betão armado”.

A Câmara do Porto diz ter reunido informalmente com a DRCN. Mas a esta entidade, confirmou a mesma ao PÚBLICO, ainda não chegou nenhum pedido de parecer, algo que é obrigatório.

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