NASA anuncia descoberta de planeta do tamanho da Terra em zona habitável

O telescópio TESS descobriu três planetas a orbitarem a estrela TOI 700, uma estrela anã com cerca de 40% da massa e tamanho do Sol, um deles na chamada zona habitável.

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NASA's Goddard Space Flight Center

A NASA anunciou na segunda-feira a descoberta de um planeta do tamanho da Terra que orbita uma estrela a uma distância que torna possível a existência de água, numa zona identificada como habitável. O planeta chama-se “TOI 700 d" e está relativamente próximo da Terra, a cem anos-luz de distância, sublinhou a agência espacial norte-americana.

Este não é o primeiro planeta descoberto numa zona habitável, mas é o primeiro encontrado com a ajuda do satélite TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), “projectado e lançado especificamente para encontrar planetas do tamanho da Terra e a orbitar estrelas próximas”, explicou o director da divisão de astrofísica da NASA, Paul Hertz.

Já foram descobertos planetas semelhantes antes, principalmente pelo telescópio espacial Kepler, mas este é o primeiro do TESS, lançado em 2018. A descoberta foi confirmada usando o telescópio Spitzer.

O TESS descobriu três planetas a orbitarem a estrela TOI 700, uma estrela anã com cerca de 40% da massa e tamanho do Sol. Dos três planetas, baptizados ‘TOI 700 b’, ‘c’ e ‘d’, somente este último está na chamada zona habitável. É quase do tamanho da Terra (20% maior), completa uma órbita em 37 dias e recebe o correspondente a 86% da energia fornecida pelo Sol à Terra.

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NASA's Goddard Space Flight Center

Os investigadores geraram modelos de computador baseados no tamanho e tipo da estrela, a fim de prever a composição da atmosfera e a temperatura da superfície. Uma das simulações, disse a NASA, aponta para um planeta coberto por oceanos com “uma atmosfera densa dominada por dióxido de carbono, semelhante à aparência de Marte quando jovem, de acordo com as suposições dos cientistas”.

Uma face deste planeta está sempre voltada para a sua estrela, como é o caso da Lua com a Terra, um fenómeno chamado de rotação síncrona. Essa face estaria constantemente coberta de nuvens, de acordo com este modelo.

Outra simulação prevê uma versão da Terra sem oceanos, onde os ventos soprariam do lado oculto em direcção à face iluminada.

Vários astrónomos estão agora a observar o planeta com outros instrumentos, tentando obter novos dados que possam corresponder a um dos modelos previstos pela NASA.

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