Uma prova de vida para Sporting e FC Porto

“Leões” e “dragões” defrontam-se neste domingo em Alvalade, ambos com o objectivo de não se atrasarem mais na luta pelo título.

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Bruno Fernandes e Otávio durante a final da Taça de Portugal da época passada JOSÉ COELHO/ LUSA

É a olhar para cima que Sporting e FC Porto se defrontam neste domingo em Alvalade. Ambos têm o primeiro lugar como prioridade, mas nenhum está no topo e, quando há um líder que raramente perde pontos, o mínimo que ambos podem fazer é acompanhar o ritmo. Claro que ainda é cedo para se dizer que este “clássico” de segundo (FC Porto) contra terceiro (Sporting) é decisivo – estamos na 15.ª jornada e ainda há mais de meio campeonato pela frente – mas esta é uma altura em que “leões” e “dragões” precisam de fazer prova de vida na corrida ao topo da montanha. E nada melhor que um “clássico” para o fazer.

O FC Porto chega a este “clássico” estável em resultados e exibições, com nove vitórias nos últimos dez jogos – a excepção foi um empate no Jamor frente ao Belenenses SAD – e vai mantendo as distâncias curtas em relação ao líder. Já o Sporting teve várias falsas partidas esta época, em que a falta de um planeamento desportivo consistente (à mistura com aparentes dificuldades financeiras) deixou o “leão” muito atrasado em relação aos rivais. Keizer e Pontes já parecem, no entanto, um passado muito longínquo em relação à relativa estabilidade conquistada com Jorge Silas – 12 vitórias em 16 jogos, com duas derrotas no campeonato (Tondela e Gil Vicente), uma na Taça (Alverca) e uma na Liga Europa (LASK Linz).

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Apesar da diferença de pontos entre ambos (nove) sugerir um favoritismo portista para este “clássico”, a história mostra que as visitas a Alvalade nunca são fáceis para o FC Porto – já não ganha na casa do “leão” desde 2008 e o próprio Sérgio Conceição também nunca ganhou em Alvalade em toda a sua carreira como treinador, entre Olhanense, Académica, Sp. Braga, V. Guimarães. E em jogos frente ao Sporting desde que chegou ao banco portista, o registo de Conceição também não é particularmente famoso: apenas três vitórias em nove jogos, sendo que, nos seis restantes confrontos, dois foram finais perdidas nos penáltis, ambas na época passada.

A história não vai entrar em campo, garante Sérgio Conceição. “Cabe-nos escrever a história do jogo e não olhar para o passado. Queremos escrever uma nova história e nada disso nos pode condicionar. Todos os segundos vão ser diferentes dos outros jogos”, reforça o técnico do FC Porto, que não abriu o jogo sobre a disponibilidade de Danilo Pereira – foi convocado, mas a sua utilização não é um dado adquirido, depois de ter treinado de forma condicionada nos últimos dias.

Silas estreante em “clássicos”

Apesar de serem da mesma geração e de terem coincidido em três jogos da selecção portuguesa, Silas e Conceição nunca se defrontaram no tempo em que era jogadores. O primeiro confronto entre ambos aconteceu já enquanto treinadores, com o Belenenses de Silas a triunfar sobre o FC Porto de Conceição por 2-0 no Restelo na 28.ª jornada da época 2017-18 - os quatro confrontos seguintes seriam quatro vitórias de Conceição.

Para o seu primeiro “clássico” como treinador do Sporting, Silas quer dar continuidade aos bons resultados que têm permitido aos “leões” ganhar lugares na geral. “Estivemos muito tempo afastados do pódio. Neste momento estamos em terceiro lugar. O grande objectivo é apanhar o segundo classificado e, depois, o primeiro. Queremos ganhar para estarmos mais próximos, por isso o jogo vale mais do que três pontos”, considerou Silas, que terá à disposição praticamente toda a equipa – Renan e Neto são os únicos indisponíveis. Para o treinador do Sporting, este é um jogo que, pela sua natureza de “clássico”, não tem um favorito: “O FC Porto é uma equipa fortíssima, mas nós também o somos. Acho que é 50-50 de favoritismo para cada lado.”

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