Flamengo vence meia-final e Jesus está a uma vitória do topo do mundo

Diego, ex-FC Porto, entrou para resolver um jogo “amarrado” e mais fértil em faltas do que em futebol e o Flamengo apurou-se para a final do Mundial de Clubes, marcada para sábado (17h30).

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A festa dos jogadores do Flamengo Reuters/KAI PFAFFENBACH
Jogadores do Flamengo festejam em Doha.
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Jogadores do Flamengo festejam em Doha. Reuters/KAI PFAFFENBACH
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Bruno Henrique Reuters/IBRAHEEM AL OMARI
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Momento do jogo entre o Flamengo e o Al-Hilal LUSA/NOUSHAD THEKKAYIL
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Jorge Jesus Reuters/IBRAHEEM AL OMARI
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Adeptos do Flamengo no Qatar Reuters/CORINNA KERN
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Jorge Jesus Reuters/IBRAHEEM AL OMARI

Olé, olé, olé, olé. Mister, mister”. Ouvir este cântico, em Doha, é sinal de que houve festa do Flamengo. E houve mesmo. A equipa brasileira está na final do Mundial de Clubes, depois de ter vencido a meia-final frente ao Al Hilal, nesta terça-feira, por 3-1. E Jorge Jesus está a uma vitória de chegar ao topo do mundo, tornando-se campeão mundial de clubes – fica, agora, à espera do vencedor do Liverpool-Monterrey (quarta-feira, 17h30).

Num jogo em tudo semelhante à final da Taça dos Libertadores, na qual o Flamengo bateu o River Plate, o Al Hilal começou por usar os “ensinamentos” argentinos, para parar o Flamengo na primeira parte, e Jorge Jesus acabou a usar o recurso que já tinha usado no Peru, para resolver um jogo “amarrado” e mais fértil em faltas do que em futebol.

Al Hilal replicou River

Na antevisão do jogo, apontou-se que o Al Hilal teria de parar o Flamengo com a mesma receita aplicada pelo River Plate na final da Libertadores e os sauditas fizeram-no na perfeição. A equipa começou o jogo a pressionar no campo todo, com quatro jogadores a condicionarem a construção dos brasileiros, e o Flamengo nunca conseguiu estar confortável no jogo – Caio, Marí e Arão mostraram-se algo limitados com bola.

A equipa saudita recuperou várias bolas em zonas adiantadas – algo que o River também soube fazer na Libertadores – e entrou três vezes na área do Flamengo em apenas dez minutos (criaram mesmo perigo aos 7’, por Giovinco, e aos 10’, por Salem).

O Flamengo pouco conseguiu assustar (a excepção foi o remate torto de Gerson, em volley, à entrada da área), ao contrário do Al Hilal, que começou por avisar aos 16’. Cuéllar isolou Salem, que rematou para grande defesa de Diego Alves, e Gomis, na recarga, rematou por cima, sem ninguém na baliza. Dois minutos depois, o Al Hilal levou ao extremo a estratégia de “imitar” o River Plate.

Tal como os argentinos tinham feito na final da Libertadores, os sauditas envolveram o lateral-direito na jogada e Al Burayk, com Filipe Luís muito fechado, teve tempo para cruzar atrasado, onde surgiu Salem a finalizar. Um golo em tudo idêntico ao do River, depois de cerca de 20 minutos de estratégia semelhante.

A partir daqui, pouco futebol existiu. O Al Hilal recuou e baixou muito as linhas e o Flamengo, com excepção da boa oportunidade de Bruno Henrique, aos 30’, raramente conseguiu penetrar na “teia” da equipa árabe. O jogo chegou ao intervalo com mais faltas do que futebol e alguns cartões amarelos – e mais poderiam ter sido.

Jesus replicou-se a si próprio

Na segunda parte, o Flamengo entrou praticamente a vencer, naquela que foi a melhor jogada que fez na partida. Rafinha tocou para Gabriel, que isolou Bruno Henrique, antes de o brasileiro “pedir” para De Arrascaeta “encostar” de baliza aberta.

Depois disto, o jogo, até pelo empate no marcador, regressou à mesma toada. O Al Hilal deixou de querer – ou conseguir – pressionar alto e o Flamengo, pouco criativo, não conseguiu incomodar. Foram muitas faltas e poucas jogadas de qualidade.

Até que Jorge Jesus decidiu fazer o que tinha feito na final da Libertadores. Chamou o ex-FC Porto Diego, que já tinha sido crucial na final sul-americana, e o médio desbloqueou o jogo. Aos 77’, fez um grande passe para Rafinha e o lateral cruzou para o cabeceamento de Bruno Henrique, ao primeiro poste.

2-1, com Diego a trazer o critério, a técnica e a capacidade de verticalizar o jogo que tinham faltado até então. Mas não ficou por aí. O brasileiro “repetiu a dose” aos 82’, com novo passe a rasgar a defesa árabe, desta feita para Bruno Henrique provocar o autogolo de Albulayhi.

As estratégias foram as mesmas, as soluções de Jesus também e o desfecho idem. Tal como na Libertadores, o Flamengo voltou a sair vivo de um jogo equilibrado, fruto de uns bons 15 minutos finais. E já só falta uma vitória para a consagração suprema de Jorge Jesus.

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