Estela ouviu um general argentino dizer-lhe na cara que a sua filha ia ser morta

A presidente da Associação das Avós da Praça de Maio nunca esqueceu como o futuro último ditador da Argentina lhe deu a entender qual seria o destino da sua filha e do neto que ela trazia ainda na barriga. Mais de 30 anos depois, Estela de Carlotto conheceu o neto que a ditadura também lhe quis tirar.

Foto
"As crianças eram criadas pelos próprios assassinos dos seus pais", diz Estela de Carlotto Sérgio Azenha

À sua frente, Estela de Carlotto tinha o todo-poderoso general Reynaldo Bignone, que expunha um revólver na secretária. Estamos em Dezembro de 1977, poucas semanas depois do desaparecimento de Laura, a filha mais velha de Estela. Ter acesso a um dos generais que controlava a Argentina era um feito raríssimo, mas Estela só queria saber de uma coisa - o paradeiro da filha. “Dizia-lhe que, se Laura cometeu um crime, então que seja julgada e condenada”, recorda agora Estela.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar