Polícia encontra substâncias perigosas na Universidade de Hong Kong

Equipa foi alargada de 100 para 400 elementos para lidar com materiais que podem ser inflamáveis a 36 graus e outras substâncias para fazer por exemplo cocktails Molotov, como gasolina. Já não havia estudantes no recinto.

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Bombeiros descartaram a presença de explosivos, mas havia outras substâncias perigosas no campus da Universidade Politécnica de Hong Kong THOMAS PETER/Reuters

A polícia de Hong Kong aumentou a equipa que participa nas buscas na Universidade Politécnica de Hong Kong depois de ter encontrado material altamente inflamável que tem de ser retirado com rapidez, segundo o diário South China Morning Post.

Mais de mil pessoas juntaram-se, há 11 dias, num protesto nesta Universidade que se tornou violento, com autênticas batalhas campais e manifestantes a improvisar armas e disparar flechas contra a polícia, que usou gás lacrimogéneo e ameaçou usar balas reais – o mais violento episódio dos protestos em Hong Kong desde que começaram há cerca de cinco meses.

A universidade foi entretanto cercada pela polícia, e cerca de 600 manifestantes saíram após mediação com as autoridades; desses 400 foram imediatamente detidos e podem enfrentar penas de prisão até dez anos de prisão pelo crime de motim. Houve ainda mais de mil pessoas detidas directamente pela polícia.

Entre saídas voluntárias e escapadas com cordas e motas, os manifestantes que restavam foram saindo e a polícia entrou esta quinta-feira no campus. A equipa de cem agentes foi alvo de um enorme reforço depois de encontrarem os materiais inflamáveis a 36 graus, passando para o quádruplo, disse o superintendente Li Kwai-wah.

Li acrescentou que os estudantes deixaram atrás de si “obstáculos” que dificultam o trabalho da polícia, além de comida a apodrecer, lixo, gasolina e outros tipos de combustível para cocktails Molotov, o que faz do local um “perigo para a higiene e a saúde”.

A polícia suspeitava que podia haver explosivos prontos a detonar, mas numa primeira avaliação, os bombeiros verificaram que não havia nenhum.

No local estão agora também peritos dos laboratórios do Governo para aconselhamento e avaliações preliminares devido à variedade de substâncias encontradas, disse ainda o responsável, Li Kwai-wah.

Qualquer pessoa que estivesse ainda no campus, disse Chow Yat-ming, vice-comissário da polícia, seria levada para um exame médico. Não foi, no entanto, encontrado ninguém.

Chow disse que dada a dimensão do campus, é difícil dizer quando é que terminará a operação.

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