Moção de Nuno Melo e Telmo Correia chama-se Direita Autêntica e já tem página no Facebook

Nuno Melo e um grupo de dirigentes que representam uma ala mais conservadora do CDS vão apresentar uma moção ao congresso nacional do partido, em Janeiro.

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Nuno Melo excluiu-se de uma candidatura à liderança do CDS Nuno Ferreira Santos

O vice-presidente do CDS, Nuno Melo, que se excluiu da corrida à sucessão de Assunção Cristas na liderança do partido, e o presidente do conselho nacional, Telmo Correia, lançaram uma página no Facebook na qual apresentam as linhas gerais da moção de estratégia global que vão levar ao congresso, em Janeiro, definem o caminho que o partido deve seguir.

Intitulada Direita Autêntica, a moção encabeçada por Nuno Melo e Telmo Correia é apresentada por um grupo de dirigentes que representam uma ala mais conservadora do CDS. Simbolicamente, a página foi lançada esta segunda-feira, dia 25 de Novembro, e o lema é assumir a identidade do CDS: “Conservador e de direita”. O gesto está a ser visto como uma tentativa de contrabalançar a moção de João Almeida, actual porta-voz, que é considerado um liberal dentro do partido.

“O CDS esteve sempre do lado certo da democracia. Nascido em 1974, lutou contra os que queriam uma ditadura de esquerda para Portugal e votou contra a Constituição que programaticamente impunha o caminho para o socialismo. Ao longo da sua história, o CDS tem sido um partido importante, no poder, como no exercício da oposição, independentemente dos resultados impostos nas urnas”, lê-se no primeiro post publicado na página da Direita Autêntica.

“Em Janeiro de 2020, o CDS decidirá a liderança para o próximo quadriénio em circunstâncias difíceis. Não obstante, confiamos que, como noutros momentos do passado, superaremos todas as dificuldades. Nenhum outro partido é, o que só o CDS representa. Precisamente por isso, um conjunto alargado de militantes, autarcas e dirigente, pretende discutir este futuro através de uma Moção - Direita Autêntica -, que será tudo aquilo que os congressistas pretendam dela”, escreve Nuno Melo.

“Toda a razão, Nuno Melo, arrancamos com esta página num dia muito simbólico. Hoje [segunda-feira] tive ocasião de colocar uma coroa de flores, juntamente com o presidente da Junta de Freguesia de Belém, a cuja assembleia presido, homenageando os heróis desse dia. Lembrando ainda que, sob a liderança do histórico comandante do Regimento do Comandos da Amadora, Jaime Neves, dois jovens foram motos nesse dia 25 de Novembro de 1975. É graças a homens como Jaime Neves que somos hoje uma Democracia! No que depender de nós ele e os que lutaram ao seu lado não serão esquecidos #direitaautêntica, lê-se numa segunda publicação no site.

Em lado nenhum se esclarece se a moção contará ou não com uma candidatura à liderança do CDS. Em Outubro, o vice-presidente do CDS excluiu-se de uma corrida à sucessão de Assunção Cristas e declarou que o futuro líder do CDS devia ter assento na Assembleia da República para conseguir ter maior destaque e visibilidade no confronto com o primeiro-ministro nos debates quinzenais e “medir talentos” no Parlamento, que agora tem deputados de dois partidos próximos “da área” do CDS, Iniciativa Liberal e Chega.

Coincidência ou não, a publicação da página Direita Autêntica ocorre no mesmo dia em que Filipe Lobo d'Ávila, do grupo “Juntos pelo Futuro”, anunciou no Facebook a sua candidatura à liderança do CDS caso a sua moção fosse a mais votado na reunião magna do partido, que vai decorrer em Aveiro nos dias 25 e 26 de Janeiro. Este fim-de-semana, João Almeida, porta-voz do partido e actual deputado, assumiu que era candidato.

Na corrida à sucessão de assunção Cristas estão mais dois candidatos: Carlos Meira, ex-líder da concelhia de Viana do Castelo, e Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento. Por seu lado, Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Centrista, já tornou público que vai apresentar uma moção de estratégia, não esclarecendo, contudo, se pretende entrar na corrida à liderança.

Os estatutos do partido prevêem que se apresente em congresso uma moção de estratégia global sem que o autor da moção apresente uma candidatura à liderança A eleição de delegados ao congresso está prevista para 30 de Novembro e o prazo para a apresentação de moções globais, com que os candidatos apresentam a sua candidatura à liderança, e as sectoriais, termina em 27 de Dezembro.

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