Hermínio Loureiro suspende mandatos na FPF e COP

Acusado de crimes como peculato e tráfico de influência na operação “Ajuste Secreto”, ex-autarca de Oliveira de Azeméis suspendeu os mandatos de vice-presidente nas duas estruturas desportivas.

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Hermínio Loureiro suspendeu as suas funções de dirigente desportivo Nelson Garrido

Acusado de 141 crimes pelo Ministério Público, na última terça-feira, no âmbito da operação Ajuste Directo, Hermínio Loureiro suspendeu as funções de vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e do Comité Olímpico de Portugal (COP). O ex-autarca anunciou esta sexta-feira a sua decisão aos presidentes dos dois organismos desportivos, Fernando Gomes e José Manuel Constantino, respectivamente, que a aceitaram.

Em cartas enviadas às direcções da FPF e do COP, Hermínio Loureiro considerou que esta seria a atitude mais adequada para se dedicar exclusivamente a provar a sua inocência nos crimes de que foi acusado. O antigo secretário de Estado do Desporto deixará também o cargo que ocupava por inerência na Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

A decisão terá sido acertada há dois anos na sequência da detenção de Hermínio Loureiro para interrogatório, quando foi constituído arguido. Nessa altura, terá garantido a Fernando Gomes e a José Manuel Constantino que suspenderia as suas funções caso viesse a ser acusado no âmbito dos processos em que se viu envolvido.

Uma garantia que foi esta quarta-feira relembrada pelo presidente do COP e não deixou grandes alternativas ao ex-governante. “Na altura [em que Hermínio Loureiro foi constituído arguido] a comissão executiva do COP entendeu que não se justificava uma suspensão de mandato [tal como aconteceu na FPF], face aos elementos então conhecidos”, explicou ao PÚBLICO José Manuel Constantino.

“Agora que se confirmou uma acusação, aguardamos o contacto do dr. Hermínio Loureiro para oficializar o que foi anteriormente acertado”, prosseguiu o responsável pelo COP. Depois de alguns dias de reflexão, o antigo responsável pela CM de Oliveira de Azeméis, entre 2009 e 2016, acabou mesmo por solicitar a suspensão dos mandatos.

Hermínio Loureiro é acusado de crimes de corrupção, tráfico de influência, peculato e participação económica em negócio. A par deste processo, Hermínio Loureiro aguarda ainda pelo desfecho das investigações da Operação Éter, onde também foi constituído arguido, tal como outras dezenas de actuais e antigos autarcas. Em causa estão alegados crimes de corrupção e viciação de procedimentos de contratação pública por parte do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

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