Bairro de Coimbra quer construir centro social e procura a ajuda de todos

Moradores da Relvinha precisam de 34 mil euros para terminar projecto que nasceu em 2003.

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Joana Goncalves

O bairro da Relvinha, na periferia de Coimbra, quer dar seguimento a uma ideia que surgiu em 2003 e concluir a construção de um centro social que sirva de espaço de convívio aos cerca de 250 moradores. Para isso, lançaram a meio de Outubro uma campanha de recolha de fundos que vai durar até dia 12 de Dezembro. O objectivo é amealhar 34 mil euros que permitam construir os anexos previstos, bem como levar a cabo as obras de acabamento no edifício actual, uma antiga oficina.

O presidente da Cooperativa de Habitação Económica Semearrelvinhas, Jorge Vilas, conta ao PÚBLICO que a ideia surgiu entre amigos dos moradores, num dos aniversários do bairro que nasceu de um processo de auto-construção iniciado na sequência da revolução de 1974.

A construção da sede só surgiria décadas mais tarde. A ideia saiu do projecto Cbr_X, dinamizado pela Associação Cívica Pro Urbe, no âmbito de Coimbra - Capital Nacional da Cultura, em 2003. Desde que conseguiram adquirir a antiga oficina, em 2009, os moradores têm realizado melhoramentos no espaço, seguindo um projecto da autoria do arquitecto João Mendes Ribeiro: da instalação de casas de banho e cozinha aos sistemas de águas e esgotos, bem como mesas e balcões para preencher a sede.  

Mas falta o resto. A parte mais dispendiosa será a construção de duas salas anexas ao edifício existente, com portas envidraçadas. Uma dessas divisões servirá de arquivo da memória do bairro e de gabinete da direcção da associação. A outra será uma sala polivalente, para instalação de uma biblioteca e computadores que serão utilizados pelos moradores. A estimativa é que, caso o montante seja atingido e a autarquia emita as respectivas licenças, as obras possam ser terminadas até ao final de 2020.

Abrir o bar da colectividade poderia trazer uma importante fonte de receita para associação, nota Jorge Vilas, de 78 anos. Mas para abrir o bar é preciso licença e para ter licença é preciso terminar as obras. Para já, a sede da associação de moradores está instalada num dos apartamentos do bairro.

Em duas semanas foram angariados 1129 euros através de 26 contribuições. Se não conseguirem atingir o montante desejado, Jorge Vilas garante que os moradores continuarão a procurar outras formas de financiamento, até que a Relvinha tenha a sua sede. De acordo com a plataforma de recolha de fundos, o doador pode optar por tornar a contribuição efectiva mesmo que o objectivo de 34 mil euros não seja atingido.

O bairro da Relvinha, tal como existe hoje, foi edificado em duas fases, no âmbito do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL). Os terrenos eram antes ocupados por barracas de madeira onde a autarquia instalou os moradores

Na primeira leva, em 1976, foram construídas 34 moradias unifamiliares de rés-do-chão. Os restantes 52 fogos de habitação, distribuídos por prédios de quatro andares, ficaram prontos mais tarde, em 1982. 

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