Tancos: Prazo para requerer abertura de instrução alargado até 25 de Novembro

O Ministério Público (MP) deduziu acusação contra 23 das duas dezenas e meia de arguidos a 26 de Setembro.

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Paióis nacionais de Tancos LUSA/PAULO CUNHA

O prazo para os arguidos que foram acusados no caso de Tancos pedirem a abertura da fase de instrução do processo foi alargado até 25 de Novembro, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte ligada ao processo. “O prazo foi alargado para 25 de Novembro por decisão do juiz”, indicou a fonte.

No inquérito relativo ao furto e posterior recuperação das armas de Tancos, dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), o Ministério Público acusou 23 pessoas, entre as quais o ex-ministro da Defesa José Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo na sequência das relevações e da polémica em torno do caso. A acusação foi revelada em plena campanha eleitoral para as legislativas, a 26 de Setembro, o que motivou várias críticas e uma reunião da comissão permanente da Assembleia da República após as eleições.

Aos arguidos são imputados crimes de terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, receptação e detenção de arma proibida.

Nove dos 23 arguidos foram acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

O caso do furto das armas do paiol de Tancos, que abalou o prestígio da instituição militar, foi tornado público pelo Exército a 29 de Junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação/achamento do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, no distrito de Santarém, em Outubro de 2017, numa operação que envolveu a Polícia Judiciária Militar (PJM), em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

Vários altos responsáveis da PJ Militar elementos da GNR de Loulé estão entre os acusados.

Após a acusação e em comunicado enviado à agência Lusa, Azeredo Lopes considerou que “a acusação é eminentemente política, não tendo factos e provas a sustentá-la” e reiterou que nunca foi informado sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas do paiol de Tancos.

O antigo responsável pela pasta da Defesa avançou que ia solicitar “no prazo devido a abertura de instrução” e criticou a sua condenação “na praça pública, sem ter tido possibilidade de defesa”.

“Estou convicto que serei completamente ilibado”, declarou então Azeredo Lopes.

Além do ex-ministro da Defesa Nacional, também o major Vasco Brazão e o coronel Luís Vieira, ambos da Polícia Judiciária Militar, todos arguidos no processo de Tancos, já manifestaram a intenção de requerer a abertura de instrução.

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