O lento desmoronar do sistema político português

O peso do anti-sistema dentro do sistema mais do que quadruplicou em menos de duas décadas – e esta é a verdadeira notícia destas eleições.

Sim, eu sei que toda a gente está interessada em saber quem governa e como – já lá vamos. Mas, primeiro, façam o favor de atentar nestes números. Esta manhã estive entretido a fazer contas à evolução dos votos em pequenos partidos, somados aos votos brancos e nulos, desde o início do milénio. De um lado, os partidos que vêm do século passado – PS, PSD, CDS, PCP e Bloco –, e que dominaram a representação parlamentar até 2015 (altura em que o PAN conseguiu eleger o seu primeiro deputado); e do outro lado tudo o resto, sendo que este “tudo o resto” representa, em boa medida, o peso do anti-sistema dentro do tradicional sistema político português. (Note-se que nem sequer estou a contar com a evolução da abstenção, que iria reforçar a minha tese.)

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Sim, eu sei que toda a gente está interessada em saber quem governa e como – já lá vamos. Mas, primeiro, façam o favor de atentar nestes números. Esta manhã estive entretido a fazer contas à evolução dos votos em pequenos partidos, somados aos votos brancos e nulos, desde o início do milénio. De um lado, os partidos que vêm do século passado – PS, PSD, CDS, PCP e Bloco –, e que dominaram a representação parlamentar até 2015 (altura em que o PAN conseguiu eleger o seu primeiro deputado); e do outro lado tudo o resto, sendo que este “tudo o resto” representa, em boa medida, o peso do anti-sistema dentro do tradicional sistema político português. (Note-se que nem sequer estou a contar com a evolução da abstenção, que iria reforçar a minha tese.)